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Rebeldia de Neymar é culpa dos dirigentes, diz psicóloga

Conforme Suzy Fleury, especialista em psicologia do esporte, as normas são quebradas pelos próprios cartolas - e isso confunde os jovens atletas

Por Davi Correia
23 set 2010, 09h46

“O comportamento de rebeldia de Neymar quebra alguns valores básicos do esporte, como disciplina, respeito e hierarquia ao treinador”, afirma a psicóloga Suzy Fleury

Assim que o jovem Neymar, uma das grandes promessas do futebol brasileiro nos últimos anos, decidiu ficar no Santos ao invés de se transferir para o multibilionário Chelsea, da Inglaterra, parecia que o time tinha tudo para se transformar na equipe mais forte do país. Afinal, o talentoso atacante é daqueles atletas capazes de desequilibrar uma partida, além de dar à sua equipe uma cara jovem, atrevida… bem, talvez atrevida demais.

Nesta semana, o jogador foi o pivô da saída do técnico Dorival Júnior do clube. O treinador tinha resolvido deixar Neymar fora do clássico contra o Corinthians, na noite de quarta, como punição pelos xingamentos e provocações do atleta durante a partida contra o Atlético-GO, na rodada anterior. Dorival deixa o clube com média de 65% de aproveitamento e dois títulos conquistados em 9 meses de trabalho – mas, ainda assim, com muito menos prestígio que Neymar, que acabou voltando ao time na derrota para o Corinthians, por 3 a 2, na Vila Belmiro. Na partida, o jogador foi o mais caçado em campo, mas não deixou de fazer suas jogadas de efeito e foi muito aplaudido pela torcida, que parece ter ficado do lado do atleta.

Além do ego inflado provocado pela clara preferência dos torcedores, que o elegeram como grande ídolo do time, o que levou Neymar a afrontar, de forma tão irresponsável, seu próprio treinador, provocando até a queda do comandante? Na avaliação de Suzy Fleury, especialista em psicologia esportiva e ex-integrante da comissão técnica da seleção brasileira (leia entrevista em VEJA de 9/9/1999), isso decorre da forma como ele é tratado pelo clube. Pior: com esse tratamento cheio de privilégios, o atleta se sente à vontade para desrespeitar preceitos fundamentais do futebol. “Neymar tem um comportamento de rebeldia que quebra alguns valores básicos do esporte, como disciplina e respeito à hierarquia e ao treinador”, explica ela.

A psicóloga lembra ainda que “as regras devem ser maiores que os profissionais que devem segui-las.” Na opinião de Suzy Fleury, os maiores culpados pela rebeldia dos jogadores mais badalados do futebol brasileiro são os dirigentes, pois os comandantes dos clubes devem servir de exemplo aos que representam sua marca dentro de campo. “As regras de conduta precisam ser estabelecidas, mantidas e cobradas pela cúpula”, ressalta. No caso de Neymar, foi justamente isso que o clube não fez, diz Suzy. “Se o presidente de um clube demite um treinador por causa da reação ao comportamento disfuncional de um atleta, qual a mensagem que fica?” Para a psicóloga, quem mais perdeu na queda de braço entre Dorival Júnior e Neymar foi o Santos: “O estrago da demissão foi muito pior para a entidade do que para Neymar. Isso mexe com o código de ética do clube. Fica mais difícil saber quem esta errado”.

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