Anderson Silva: no Rio, a noite mais importante de sua vida
O lutador que virou celebridade enfrenta um rival perigoso - e uma derrota seria um duro revés para uma carreira que explodiu dentro de apenas seis meses
Perder de novo para o japonês, diante da torcida brasileira, como detentor do título, e como novo astro do esporte no país, seria o golpe mais duro já sentido pelo lutador
Para quem tem uma profissão cuja rotina inclui levar socos na cara e pontapés no estômago, poucas situações provocam medo ou preocupação. Mas Anderson Silva enfrenta a contagem regressiva para a noite mais importante de sua vida. Transformado em ídolo do esporte brasileiro desde sua última luta – a espetacular vitória contra Vitor Belfort, em fevereiro, em Las Vegas -, o campeão dos médios no UFC agora não é mais só um lutador admirado pelos fãs do MMA. Seu rosto passou a ser conhecido por pessoas que jamais assistiram a um combate. Para esses fãs recém-conquistados, a primeira chance de vê-lo em ação será justamente o UFC Rio, na noite de sábado, com transmissão ao vivo por um canal aberto (a RedeTV!) – raridade quando se trata de MMA.
Se for derrotado pelo japonês Yushin Okami na Arena HSBC, corre o risco de perder não só o título, mas também a fama recente de supercampeão das lutas. Desde o chute certeiro que nocauteou Belfort, Anderson Silva tornou-se figurinha carimbada na televisão, algo incomum quando se trata de um esporte pouco familiar do grande público. Assessorado pela equipe da 9ine, a empresa de marketing esportivo do ex-craque Ronaldo, o lutador circulou pelos cenários dos programas de Ana Maria Braga, Serginho Groisman e Eliana, entre outros; dançou no Globo Esporte, gravou comerciais e foi contratado como atleta do Corinthians, clube com a segunda maior torcida do país. Entrou num patamar de atletas que ampliam a popularidade de suas modalidades, que representam o esporte que praticam.
Para voltar a comemorar uma vitória vestindo a camisa corintiana, como fez ao bater Belfort, Anderson terá de superar um rival dificílimo – que, para complicar ainda mais sua missão, tem um estilo considerado ideal para explorar suas fragilidades. O japonês Okami, aliás, é o último a ter derrotado Anderson – ainda que o lutador brasileiro diga até hoje que não considera ter sido batido pelo oponente (foi desclassificado por ter desferido um chute proibido no rival). Anderson Silva está invicto desde aquele combate, em 2006. Perder de novo para o japonês, diante da torcida brasileira, como detentor do título, e como novo astro do esporte no país, seria o golpe mais duro já sentido pelo lutador. A pouco mais de um dia do combate decisivo, Anderson Silva sabe que decidirá os rumos da carreira quando entrar no octógono na noite de sábado.
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