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A promessa da reforma do Maracanã: transformar um estádio de 60 anos em uma arena confortável e segura

Obra prevê visibilidade total de qualquer um dos 80.000 lugares. Tempo para esvaziar o estádio deve ser inferior a 12 minutos, por determinação da Fifa

Por Rafael Lemos
17 Maio 2011, 12h58

As melhorias também chegarão às dependências do estádio, com a duplicação do número de banheiros e restaurantes

Para se adequar às atuais exigências da Fifa, o Maracanã, antigo “maior do mundo”, que já recebeu mais de 180.000 torcedores numa única partida, terá que abrir mão da capacidade de público em favor da segurança e do conforto. Com a redução da capacidade dos atuais 86.000 para 80.000 lugares, será possível avançar com as arquibancadas 12 metros em direção ao gramado, deixando os espectadores cara a cara com os jogadores – a exemplo do que já acontece na Europa e nos Estados Unidos.

As novas arquibancadas serão construídas com um novo ângulo, o que vai deve melhorar significativamente a visibilidade do campo – ou, tecnicamente, dar 100% de visão do gramado de qualquer ponto do estádio. O setor inferior ficará cerca de cinco metros acima do nível atual. As cadeiras serão retráteis e na cor vermelha – inspiradas nas do estádio londrino de Wembley. Já os camarotes deixarão o anel superior para ficar bem no meio do estádio, entre as cadeiras inferiores e superiores. A mudança nos camarotes devolverá a circulação de ar pela parte superior do anel.

As melhorias também chegarão às dependências do estádio, com a duplicação do número de banheiros e restaurantes. Tudo para tornar mais agradável a experiência de assistir a um jogo ou espetáculo no Maracanã.

Entrar e sair do estádio também será mais rápido. A exigência da FIFA é de que um estádio de padrão internacional seja capaz de ser evacuado em um intervalo entre oito e 12 minutos. A estimativa do governo do estado é de que, feita a reforma, isso seja possível em algo entre 7 minutos e meio e oito minutos. O túnel principal de acesso às arquibancadas passará a ter o triplo da largura atual. A construção de outras quatro rampas ao longo do anel e a reativação das antigas rampas monumentais completam as mudanças necessárias para atender essa exigência.

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Histórico – Prevista para durar 27 meses, esta é a reforma mais cara do Maracanã, mas não é a primeira e nem deve ser a última. Em 60 anos, o gigante de concreto já sofreu algumas intervenções significativas. Em 1999, foram instalados novos assentos e camarotes para a disputa do Mundial Interclubes da Fifa no ano seguinte.

Alguns anos depois, foi a vez de se preparar para receber as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Dessa vez, as alterações foram mais profundas. O gramado foi rebaixado e a geral foi extinta, dando lugar a cadeiras. O placar eletrônico foi trocado por um mais moderno, de LCD, e telões foram instalados. O custo final da reforma ficou em 300 milhoes de reais. Na mesma época, a construção do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, custou 380 milhões de reais.

Mais importante do que a modernização do Maracanã é a evolução da mentalidade dos administradores públicos. A experiência ensinou que o deslumbre do gigantismo é fugaz e, portanto, não compensa as dores de cabeça de sustentar um elefante branco. O governador Sérgio Cabral já anunciou que vai passar o estádio para as mãos da iniciativa privada, através do regime de concessão. Mas, para atrair empresas, é preciso antes torná-lo sustentável economicamente – algo que historicamente tem sido difícil para o Maracanã.

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