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‘Mountains May Depart’: chinês desponta como favorito

Chinês Jia Zhangke emociona ao falar das transformações da China por meio da história de uma mulher comum

Por Mariane Morisawa, de Cannes
20 Maio 2015, 09h11
Cena do filme 'Mountains May Depart', do chinês Jia Zhangke, favorito à Palma de Ouro em Cannes
Cena do filme ‘Mountains May Depart’, do chinês Jia Zhangke, favorito à Palma de Ouro em Cannes (VEJA)

A disputa no 68º Festival de Cannes estava acirrada até agora. Vários filmes bons, com chances de levar prêmios, estavam emparelhados entre os favoritos, caso especialmente de Carol, de Todd Haynes, de Saul Fia, de Laszló Nemes, de The Lobster, de Yorgos Lanthimos, e de Mia Madre, de Nanni Moretti. Até agora. Até a noite desta terça-feira, mais exatamente, quando a surgiu aquela que tem tudo para ser “a” Palma de Ouro – em Cannes, em geral, dá para sentir quando o filme que realmente deve levar o prêmio máximo é exibido. O chinês Shan He Gu Ren, ou, em inglês, Mountains May Depart (‘As montanhas podem ir embora’, na tradução direta), de Jia Zhangke, passou a ocupar a posição de principal concorrente da premiação com uma sessão para a imprensa cravejada de aplausos, apesar de dois problemas de projeção.

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O filme começa com a melhor abertura do 68º Festival de Cannes: um grupo dançando Go West (‘Vá para o Ocidente’, na tradução literal), música lançada pelo Village People na década de 1970 que virou hit novamente com os Pet Shop Boys em 1993. Na coletiva de imprensa, o diretor explicou a cena dizendo que, na sua juventude, seus momentos mais felizes eram aqueles em que saía para dançar com os amigos. “Para mim, a palavra mais importante nessa música não é ‘Ocidente’, mas ‘Vá’.”

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O filme começa em 1999 com a história de Tao (Zhao Tao), uma mulher que vive na pequena Fenyang, cidade natal do diretor, e é cortejada por dois amigos: Liangzi (Liang Jing Dong) e Zhang (Zhang Yi). O primeiro tem um posto de combustível, e o segundo trabalha em uma mina. A escolha de Tao vai definir tanto a sua vida e como a daqueles à sua volta. O filme dá dois saltos temporais para, ao acompanhar Tao, Liangzi, Zhang e o filho de Tao, Dollar (Dong Zijian), falar da passagem do tempo e também abordar o assunto favorito do cinema de Zhangke, objeto de um documentário recente dirigido por Walter Salles: as transformações por que passa a China, com a exploração de temas como a liberdade, a imigração e o desenraizamento.

Se, em seu filme anterior, Um Toque de Pecado, ele mostrava a realidade violenta de seu país na atualidade filtrada por gêneros famosos na China, como o filme de gângster e de artes marciais, em Mountains May Depart ele não teme a emoção. Zhangke filma com economia, mas encontra a beleza dentro de cada enquadramento e locação, por mais desolada que ela pareça – uma das questões na China contemporânea é a destruição da natureza e do seu passado milenar.

Claro que ainda pode surgir outro concorrente em pé de igualdade, mas, por enquanto, Mountains May Depart está na frente. Disparado.

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‘Il Racconto dei Racconti’, de Matteo Garrone

Depois de estourar com Gomorrah e Reality, o diretor italiano volta-se para os contos de fadas, adaptando histórias de Giambattista Basile (1566-1632), que reuniu algumas das primeiras versões de Rapunzel e Cinderela. No elenco, Salma Hayek, Vincent Cassel e John C. Reilly. É o primeiro filme do cineasta falado inglês.

The Lobster
The Lobster (VEJA)

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‘Irrational Man’, de Woody Allen

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Emma Stone faz seu segundo trabalho em sequência com o veterano diretor nova-iorquino, com quem já rodou Magia ao Luar (2014). Ela é a estudante por quem um professor de filosofia em crise existencial (Joaquin Phoenix) se apaixona, encontrando propósito na vida. O longa-metragem foi rodado na pitoresca Newport, no Estado de Rhode Island. 

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‘Mia Madre’, de Nanni Moretti

O italiano Nanni Moretti gosta de usar elementos autobiográficos. Em Mia Madre, usa a experiência de perder sua mãe durante as filmagens de Habemus Papam (2011) como a inspiração para a cineasta Margherita (Margherita Buy), que tenta levar adiante seu longa de fundo político enquanto cuida da mãe e lida com um astro complicado (vivido por John Turturro).  

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‘Carol’, de Todd Haynes

Baseado em um romance de Patricia Highsmith, mostra a história da jovem Therese (Rooney Mara) que se apaixona por Carol, uma mulher casada e mais velha (Cate Blanchett), na Nova York dos anos 1950. Kyle Chandler (Bloodline) interpreta o marido de Carol. Entre Eu Não Estou Lá (2007) e Carol, Todd Haynes fez a minissérie Mildred Pierce

Sicario
Sicario (VEJA)

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‘Youth’, de Paolo Sorrentino

Em seu segundo filme falado em inglês – o primeiro foi Aqui É o Meu Lugar, com Sean Penn –, o italiano Paolo Sorrentino mostra dois velhos amigos, o compositor e maestro Fred (Michael Caine) e o cineasta Mick (Harvey Keitel), em férias num hotel nos Alpes. Paul Dano, Jane Fonda e Rachel Weisz também estão no elenco. 

Love
Love (VEJA)

Macbeth
Macbeth (VEJA)

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