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‘File SP’ cria novas emoções por meio da arte eletrônica

A 16ª edição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica apresenta instalações interativas e mistura arte e tecnologia para propor ‘The New E-Motion’

Por Beatriz Rosa
16 jun 2015, 09h37

O balanço que se encontra pendurado na parede branca parece ser um convite a uma brincadeira de criança. Apoiado sobre ele, uma máscara com lentes em 3D transforma toda a experiência lúdica em uma viagem ao universo da realidade virtual, que é apresentado a cada embalo por meio das imagens desenhadas em aquarela. A instalação Swing foi pensada em sua totalidade, desde a ideia abstrata até a concepção prática da tecnologia, pela dupla alemã Christin Marczinzik e Thi Binh Minh Nguyen e é o ícone da exposição File SP 2015 – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que abre nesta terça-feira no Centro Cultural Fiesp Ruth Cardoso, em São Paulo, e permanece até 16 de agosto. “No trabalho Swing você veste o óculos e se balança com o objeto, então, o seu movimento repercute dentro da realidade virtual que está em sua mente. É uma situação esdrúxula, porque você está vendo que está balançando algo real, mas, ao mesmo tempo, esse algo real está balançando dentro do mundo virtual. Ainda, é algo inédito porque provoca novas sensações, assim, sintetiza a proposta do evento”, diz Ricardo Barreto, organizador da 16ª edição do Festival que tem como mote explorar as diferentes sensações promovidas pela conexão entre o mundo digital e a arte. “Esse ano trazemos a proposta do The New E-Motion e com ela a ideia do movimento que cria novas emoções”, conta.

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Ao todo, serão mais de 330 trabalhos que vão ocupar mil metros quadrados de área expositiva dentro da Galeria de Arte do SESI-SP e, para além dos muros do prédio, outros espaços abertos, como a Galeria de Arte Digital na fachada do edifício, as calçada da Avenida Paulista e as estações de metrô da região. Para esta edição, o File SP vai reunir as mais diferentes categorias que expressam novas poéticas da arte e da tecnologia por meio de instalações, games, cinema, vídeos, animações e imersões estéticas em três dimensões. Durante a primeira semana do evento, serão realizados onze workshops gratuitos com profissionais das áreas de animação, música, videomapping e hardware a fim de fomentar a cultura da arte eletrônica. “Os workshops são sempre bem vindos. Nós enfatizamos a produção na arte. Os encontros são para desenvolver tecnologia e relacioná-la com projetos artísticos”, explica o organizador.

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“Nas primeiras edições do File, o objetivo era mostrar ao público novas tecnologias interessantes. Os artistas, inicialmente, eram apenas demonstradores dessas tecnologias. Com o passar dos anos, começamos a notar o surgimento de uma nova estética. Os criadores passaram a se preocupar mais com a poética do que com a tecnologia”, diz Barreto que está envolvido com o projeto desde a sua primeira edição e, agora, percebe um amadurecimento da concepção do gênero da arte eletrônica.

Se, por um lado, a arte moderna buscou sintetizar os seus valores de acordo com os valores econômicos, tecnológicos e sociais das indústrias da modernidade, por outro, a arte eletrônica vai preferir formas lúdicas, ecléticas e fragmentadas. “Para esta File criamos um edital em que vários trabalhos nacionais e estrangeiros foram inscritos e tentamos capturar as intervenções que são inovadoras. Então, reunimos e apresentamos aqui um fragmente dessa produção variada”, diz Barreto. “São muitas formas de criatividade que estão sendo desenvolvidas entre a arte contemporânea e a arte eletrônica. Hoje, procuramos trazer um mix entre essas duas vertentes. Acredito que é esse o caminho mais interessante, mas não quero reduzir isso em uma proposta. Acho que o que existem são muitas tendências. O mundo digital é interconectado”. Assim, a arte passa a representar o imaginário da pós-modernidade e o digital traz novas possibilidades para a mistura, a apropriação e a recombinação de estilos. “A linguagem da programação pode servir para algo na arquitetura, na escultura ou para fazer um design da moda. A gente quer saber como essas interconexões estão acontecendo. É isso que é inovador no século XXI, o artista se apropria da tecnologia para criar novas realidades”, diz o organizador.

Neste sentido, outra instalação chama a atenção no galpão da mostra. São três telas de televisão dispostas em uma parede e que servem de base para uma performance de Oli Sorenson, artista canadense. “Aqui, o artista utiliza o cinzel, ferramenta para fazer esculturas, e vai quebrando estas telas dos televisores em tempo real e começa a criar ranhuras, como as do [Jackson] Pollock. A partir das ideias do pintor ele cria uma estética nova. Ele se apropria do tecnológico para desapropriar as telas e fazer delas arte”, explica Barreto. A ideia da interação, aliada à possibilidade das recombinações promovidas pela era digital transforma a arte eletrônica em, sobretudo, uma arte comunicativa.

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