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Fiel ao jogo, ‘Warcraft’ se equilibra sobre excessos

Adaptação do game de estratégia faz o que pode para lidar com a gigantesca mitologia da trama original, enquanto se empenha para dar sentido à overdose de fantasia

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jun 2016, 08h55

Estima-se que cerca de 100 milhões de pessoas jogaram, alguma vez na vida, World of Warcraft, popular game de MMO (sigla para massive multiplayer online), em que os jogadores interagem em uma rede online. Agora, a esperança nas bilheterias é que cada uma delas vá ao cinema assistir à adaptação da história no filme Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, que entra em cartaz no Brasil esta semana, e no mercado americano na seguinte.

A fé nos entusiastas do jogo colaborou para engordar o orçamento estonteante do longa, em torno de 160 milhões de dólares. O valor caiu nas mãos do pouco experiente diretor Duncan Jones (filho de David Bowie), que compensa seu currículo modesto pela obsessão em relação ao game, o qual joga há mais de vinte anos, desde que o título chegou ao mercado, em 2004.

A missão de Jones era difícil. O jogo possui uma mitologia extensa, com raças variadas, diferentes territórios, criaturas encantadas, entre outros elementos típicos de tramas fantasiosas e épicas, como O Senhor dos Anéis, fonte de inspiração de Warcraft. O cineasta mostrou ter músculos para utilizar bem o orçamento milionário nos efeitos especiais, que dão ao filme uma estética impecável. Porém, Jones derrapa no roteiro (também assinado por ele), ao tentar condensar o máximo de informações do videogame para o cinema, e abusa de diálogos longos e cansativos, a maioria de cunho explicativo.

No geral, ele ganha pontos por deixar palatável o universo da história original, que sozinha já é uma bomba de excessos. A trama apresenta, logo no início, o orc Durotan (interpretado pelo ator Toby Kebbell, através de captura de movimentos), líder do clã Lobo de Gelo, ao lado da esposa grávida. O casal fala sobre a impossibilidade de viver em seu mundo destruído e, por isso, se alia ao orc verde pra lá de malvado Gul’dan (Daniel Wu). O expressivo olhar de Durotan durante a cena com a mulher é de partir o coração. A introdução serve para trazer um mínimo de empatia entre os espectadores e os seres gigantões, que ao longo do filme entrarão em uma guerra contra humanos bem vestidos e de feições europeias, mais propensos a angariar torcedores.

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Os lados opostos se encontrarão em Azeroth, mundo onde humanos, elfos e outras criaturas vivem em paz até a chegada dos orcs através de um portal mágico. Existe uma tentativa de conversa entre os dois povos, encabeçada por Durotan, que não rende tanto quanto poderia. Com o desenvolver da história, descobre-se que vilões e mocinhos estão misturados em ambos os lados da guerra, que no futuro dará origem a uma das mais importantes divisões entre os nerds: a Aliança, liderada pelos humanos, e a Horda, comandada pelos orcs.

Destacam-se na produção os personagens Medivh (Ben Foster), o poderoso mago em crise; Khadgar (Ben Schnetzer), o aprendiz de magia que serve como alivio cômico da história; e Garona (Paula Patton), a guerreira intensa, hibrida de humanos e orcs – uma das poucas mudanças entre jogo e filme: no videogame ela é meio orc, meio draenei, espécie alienígena ofuscada no cinema.

Apesar do visual externo de um mundo onde ilhas flutuam, aves gigantescas servem como cavalos, elfos têm olhos brilhantes e orcs usam piercing nas presas, Warcraft é, no fundo, uma trama sobre família, sobrevivência e lealdade. Os personagens conquistam e o conflito é bem construído. Pode não ser uma obra-prima da sétima arte, mas é divertido o suficiente para uma sessão em 3D no cinema.

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