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Adele, uma estranha (bem-vinda) no ninho espalhafatoso da música pop

Cantora britânica se torna o fenômeno de vendas sem precisar de coreografias rebolativas nem letras de cunho sexual como suas oponentes

Por Rodrigo Levino
26 jun 2011, 16h29

A voz de timbre rouco e potente serve de suporte a canções com letras confessionais que por pouco não passam da conta no açúcar

Em 2008, quando Adele lançou o seu primeiro disco, 19, foi saudada como a nova Amy Winehouse. Mas, a bem da verdade, afora as referências ao gênero musical e uma predisposição para tratar das próprias angústias em suas composições, são duas artistas distintas. Amy, sem rumo e dada a excessos; Adele, uma antimusa recatada.

É essa a imagem que ela mantém em 21, seu segundo disco, lançado aqui em abril deste ano. A voz de timbre rouco e potente serve de suporte a canções com letras confessionais que por pouco não passam da conta no açúcar – muito diferente de Amy e sua verve romântica tresloucada. Adele também se diferencia no rol de influências, lançando mão de folk e rhythm’n’blues em suas composições.

A maioria das letras da diva rechonchuda fala de namoros fracassados e de dificuldades de adequação social. A cantora nunca negou que trate de sua vida nas canções. Tanto que deu margem a que um ex-namorado pensasse em processá-la, alegando direito aos royalties das faixas que teria inspirado. Loucuras à parte, 21 é um disco que confirma Adele entre as expoentes da sua geração.

Canções como Rolling in the Deep, Someone Like You, Set Fire to The Rain e Lovesong (versão de música já gravada pela banda The Cure) impulsionaram as vendas de seus discos, 19 e 21 – os números correspondem à sua idade na época do lançamento. Do dia para a noite, Adele deixou de ser uma branquela redonda e chorosa para se tornar, até agora, o maior fenômeno de vendas do ano.

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Desde 1990, quando Madonna lançou The Immaculate Collection, uma mulher não ficava em primeiro lugar por dez semanas consecutivas na parada inglesa. Adele foi lá e bateu a marca. Nos Estados Unidos, ela ultrapassou a soma de 1 milhão de discos vendidos e obrigou Lady Gaga, depois de Born This Way despencar 84% nas vendas de uma semana para outra, a disputar palmo a palmo um lugar na parada de sucessos.

Para o crítico de música da revista americana The New Yorker, Sasha-Frere Jones, Adele é prestigiada nos Estados Unidos por um público branco, de meia-idade, que não sabe fazer download e precisa ir à rede de café Starbucks comprar discos. O que justificaria a explosão nas vendas.

Sem muito talento para a dança nem as coreografias de apelo sexual, resta a Adele fazer o que lhe cabe bem: cantar. Produzido por nomes experientes do ramo, como Rick Rubin (Johnny Cash, Red Hot Chilli Peppers e The Gossip) e Paul Epworth (Cee Lo Green), 21 chegou ao topo como um elemento estranho, cercado por beldades como Rihanna, Shakira e Britney Spears. E deve se manter por uma mistura de talento e qualidade. Pedir autenticidade no soul de boutique que Adele canta já seria demais.

Ouça abaixo as melhores canções do disco 21:

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