Haddad defende aplicação de mais de um Enem por ano
O ministro da Educação acredita que a medida diminuiria o risco de problemas
O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira a aplicação de mais de uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por ano. Em audiência na Comissão de Educação do Senado, ele afirmou que a medida diminuiria o risco de problemas provocados pelo gigantismo do exame. “Com mais de uma edição por ano, o número de inscritos em cada prova será reduzido”, afirmou Haddad. Dessa forma, o ministro avalia que haverá mais gráficas qualificadas para a impressão do material. “Nós teríamos menos atropelos, mais tranquilidade e mais parceiros”, continuou.
Ao mesmo tempo, o ministro rejeitou a ideia de uma regionalização da prova: “Regionalizar dependeria de um banco de itens que se constitui ao longo de anos, e não de meses”, declarou. A audiência pública teve início pouco antes das 11h30 e continua em andamento. Haddad, que foi convidado, não era obrigado a comparecer.
O ministro afirmou que há apenas duas gráficas qualificadas no Brasil para assumir a responsabilidade sobre o Enem. Uma foi contratada no ano passado, quando o teor da prova vazou e o exame teve de ser refeito. A outra participou da realização do teste nesse ano – e, segundo o ministro, assumiu total responsabilidade pela falha na impressão do material. Haddad defendeu as gráficas: “Nós não podemos colocar a reputação dessas empresas em dúvida por causa de um equívoco”.
Críticas – Haddad ouviu críticas dos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Alvaro Dias (PSDB-PR) sobre a realização da prova. Ambos também questionaram a indicação de Joaquim Soares Neto para a presidência do Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo Enem. Ele havia comandado o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Univerisdade de Brasília. E o Cespe é justamente um dos institutos contratados para auxiliar na aplicação da prova. ” É colocar o cabrito cuidando da horta”, comparou Alvaro Dias.
Haddad lembrou que Soares Neto é servidor público e que o Cespe é uma entidade ligada à Universidade de Brasília, o que dispensa a exigência de licitação para a escolha do instituto. O ministro defendeu a “honra” do presidente do Inep – que está presente na Comissão, mas não se manifestou.
Em entrevista a jornalistas antes do início da audiência, o ministro havia chamado de “detalhes” os problemas com a folha de respostas do Enem 2010, que chegaram a provocar a suspensão da prova em todo o país. A data da segunda avaliação, que será feita apenas pelos alunos prejudicados, deve ser anunciada nesta semana. Pelo menos 2.000 inscritos terão de se submeter ao novo exame.