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John Malkovich desdenha do cinema americano: “Deixe que os franceses continuem fazendo filmes”

Ator ironiza produção cinematográfica de seu país sem poupar o bilhão de dólares arrecadado por 'Transformers', do qual participou

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
1 nov 2011, 09h58

“Se você fizer Tranformers 3, sabe que terá que fazer um bilhão, cento e dezoito milhões de dólares de bilheteria. Porque se fizer 976 milhões é problema”

John Malkovich é mesmo uma celebridade diferente. Considerado um dos mais talentosos atores norte-americanos de sua geração, ele satiriza a produção cinematográfica de seu país de origem. Diz que o cinema não chega sequer a ser “primo do teatro”, e que, por isso, sua carreira em Hollywood não teve a menor influência em sua atuação na peça The Infernal Comedy – Confissões de um Serial Killer, que ele apresenta quarta-feira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro; dia 3 no Teatro Castro Alves, em Salvador; e dias 4, 5 e 6 no Theatro Municipal de São Paulo.

Antes de iniciar a temporada brasileira, Malkovich participou de um debate, na noite desta segunda-feira no Teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul do Rio, e desferiu outros golpes na sétima arte produzida na América do Norte. “Quando o Cinema surgiu nos Estados Unidos foi para dar lucro, e não como uma forma de auto-expressão. Em muitos países o objetivo é auto-expressão. Nós fazemos cinema, cinema americano. Deixe que os franceses continuem fazendo filmes”, disse o ator, arrancando aplausos da platéia.

As palmas se transformaram em risos quando o ator completou a critica, fazendo piada sobre sua mais recente atuação nas telas: Transformers: O Lado Oculto da Lua, que no dia 2 de agosto atingiu a marca de um bilhão de dólares, e, mesmo sob críticas negativas, se tornou a quarta maior bilheteria da história. “Se você fizer Tranformers 3, sabe que terá que fazer um bilhão, cento e dezoito milhões de dólares de bilheteria. Porque se fizer 976 milhões é problema”, disse, sem esboçar sorriso.

Talvez aí venha a graça de John Malkovich. Com sua voz rouca, serena e longas pausas dramáticas, ele dá impressão de que poderia conquistar o público mesmo que falasse barbaridades das proporções dos crimes cometidos pelo assassino de prostitutas Jack Unterweger, austríaco condenado à prisão perpétua em 1976, mas perdoado 15 anos depois, por influência da elite de Viena, que ele interpreta no monólogo-comédia-ópera que traz ao Brasil.

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Em pouco mais de uma hora, conversando com os parceiros no projeto, o dramaturgo Michael Sturminger, e o maestro Martin Haselböck; com a jornalista Suzana Velasco (mediadora do debate); e com uma platéia recheada de atores brasileiros famosos, Malkovich mostrou seu poder de sedução. A maioria, no entanto, não poderá vê-lo no palco amanhã. Os ingressos para Confissões de um Serial Killer no Rio, Salvador e em São Paulo estão esgotados.

Nada que as celebridades não consigam resolver. Malu Mader e Tony Belotto disseram que um amigo conseguiu duas entradas para o casal. Deborah Evelyn disse que comprou nas primeiras horas de venda dos ingressos e vai acompanhada de amigos – pois o marido, Dennis Carvalho, está viajando. Fã incondicional de Malkovich, a atriz falou do chame do astro estrangeiro, que já foi destacado pela revista norte-americana Empire como o 70º homem mais sexy da história do Cinema. “Ele não é um Davi de Michelangelo. Mesmo que não tenha um rosto ou corpo esculturais, o seu olhar, sua fala e suas idéias são sedutores. Não é como se fosse um Adonis que quando abre a boca só fala besteira e você transa duas ou três vezes e depois não quer olhar mais na cara. Malkovich é um homem para se ouvir e admirar sempre”, derreteu-se a atriz.

Ao lado de Deborah, Renata Sorah concordava que, mesmo sem ser dono de uma beleza unânime, o ator conquiste corações pelo mundo. “Achei ele extremamente charmoso, interessante, instigante. É um homem diferente dos outros. Achei o máximo quando ele assumiu que não conhecia o cinema brasileiro e que não acompanhava Cinema de um modo geral. As pessoas sempre esperam respostas elaboradas dos famosos, aí vem ele e desconstrói esse mito com simplicidade. Fiquei mais curiosa de vê-lo no teatro após vê-lo fugir da obviedade”, disse Renata, que, apesar do encantamento, não reencontrará o ator, por causa das gravações da novela ‘Fina estampa’. Também estiveram na platéia do debate os atores João Velho, Cissa Guimarães, Stela Miranda e Ingrid Guimarães, entre outros.

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