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Traficantes tinham plano para matar juiz de Bangu, no Rio

Magistrado fez 12 pedidos de reforço de sua segurança. Tribunal de Justiça decide restringir transporte de réus presos para evitar ações de resgate por quadrilhas de criminosos

Por Da Redação
12 nov 2013, 15h53

A investigação conduzida pela Polícia Civil sobre a invasão ao Fórum de Bangu, na Zona Oeste do Rio, no último dia 31 de outubro, concluiu que os traficantes pretendiam matar o juiz Alexandre Abraão, da 1ª Vara Criminal, durante a audiência. Um relatório de inteligência da instituição aponta o traficante Jean Carlos Nascimento, conhecido como De Menor, como o executor do plano. O ataque dos traficantes naquele dia matou um policial e um menino de 8 anos.

A investida dos criminosos contra um magistrado é mais um alerta no estado onde, em 2011, uma quadrilha de policiais militares assassinou a juíza Patrícia Acioli, no caso mais grave de atentado contra a Justiça de que se tem notícia no Brasil. A coluna Justiça e Cidadania, do jornal carioca O Dia, informou que Abraão havia enviado 12 ofícios ao Tribunal de Justiça solicitando reforço em sua segurança pessoal – todos foram negados.

O caso expôs a falta de segurança das unidades da Justiça que recebem chefões do tráfico para audiências. Na segunda-feira, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio aprovou uma resolução que restringe a presença de réus presos nos fóruns do estado. Os criminosos à disposição da Justiça, a partir de agora, só serão transportados em casos de audiências – e não mais para serem citados, notificados ou intimados, como ocorria. A medida entrará em vigor no dia 7 de janeiro de 2014.

O Rio coleciona episódios de tentativas de resgate de presos nesse tipo de transporte. Opõem-se, nesse quesito, o direito do réu de estar presente nos momentos em que algo sobre ele é decidido na Justiça, e o risco para a sociedade, diante da possibilidade de investidas do crime organizado. A presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargadora Leila Mariano, justificou a decisão do Órgão Especial no sentido de limitar os transportes de presos. “Trata-se de um primeiro passo na tentativa de se minimizar esse grande problema que é a movimentação de presos dos presídios para os fóruns. Visamos garantir a segurança de todos aqueles que necessariamente circulam nas dependências do Judiciário fluminense e a própria segurança pública”, afirmou, em nota divulgada pelo TJ.

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A resolução aprovada na segunda-feira também exige que as audiências com presença dos réus presos sejam agendadas com pelo menos uma semana de antecedência, para que os órgãos competentes possam planejar um esquema de segurança e logística compatível com o risco.

O traficante De Menor é acusado de comandar a ação do último dia 31, da qual teriam participado também Leandro Nunes Botelho (Scooby), Gerland Barbosa (Gegê) e Genilson Pereira. A ordem para invadir o Fórum de Bangu partiu, segundo a Polícia Civil, do Morro do 18, em Água Santa, e de outras favelas da Zona Norte. Os criminosos pretendiam resgatar Alexandre bandeira de Melo (Piolho) e Vanderlan Ramos da Silva (Chocolate). Os dois últimos haviam sido chamados a depor pela advogada Adriana Godoy dos Santos Prado, em uma ação sobre tráfico de drogas na Vila Vintém. O chefão daquela área – e também suspeito de ser mandante do ataque – é o traficante Celsinho da Vila Vintém, preso em Bangu.

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