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Planalto tenta barrar fusão entre PTB e DEM

Articuladores do governo Dilma oferecem a manutenção de cargos no segundo escalão para adiar o fortalecimento da bancada oposicionista

Por Da Redação
22 abr 2015, 09h55

Preocupados com o aumento da força da oposição no Congresso Nacional, integrantes da base aliada do governo Dilma Rousseff têm conversado com membros do ainda governista PTB na tentativa de evitar a fusão do partido com o oposicionista DEM. Se o plano vingar, a nova legenda se tornará a quarta maior bancada tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado, dificultando ainda mais a situação do Planalto no Legislativo.

Um dos principais interlocutores é o ministro petebista Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), para quem este não seria o melhor momento para discutir a questão. Uma parte da legenda se diz independente e afirma que não reconhece o ministério como de sua cota. Monteiro foi candidato derrotado ao governo de Pernambuco no ano passado, apoiado por Dilma e pelo ex-presidente Lula.

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Em outra frente, o governo tenta convencer a ala governista do PTB a se manter ao menos independente, mediante a manutenção de cargos já sob seu controle no segundo escalão do governo federal. Na semana passada, o vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer (PMDB), prometeu manter sob comando da bancada petebista a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os dois lados negam que a oferta seja uma tentativa de frustrar a fusão das siglas.

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Integrantes do governo reconhecem que a união de PTB e DEM não lhes interessa, pois a tendência é de que o novo partido seja oposicionista e detenha 47 deputados e oito senadores. A negociação entre as cúpulas das siglas está avançada, mas as bancadas do PTB no Congresso têm demonstrado resistência. A situação é a mesma de 2014, quando a Executiva do partido decidiu apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) ao Planalto e a maioria dos parlamentares ficou ao lado da presidente.

“Querem criar um monstro de duas cabeças, que já está dividido na gestação. É um filho indesejado e pronto para o aborto”, diz o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO). Há duas semanas, ele reuniu congressistas e fez um apelo à Executiva para que as bases do partido fossem ouvidas e a decisão fosse tomada de maneira mais “serena”.

Para a presidente nacional do PTB, deputada Cristiane Brasil (RJ), não há como recuar na fusão. Filha de Roberto Jefferson (PTB), delator do mensalão e condenado no julgamento do escândalo, ela representa a ala oposicionista do partido ao lado do diretório paulista, aliado de longa data dos tucanos. Cristiane defende independência completa do Planalto, mas reconhece que há quadros no PTB com perfil governista que podem se sentir contrariados e deixar o partido. “Nosso objetivo é não perder parlamentar nenhum. Mas, se para fazer o omelete precisarmos quebrar alguns ovos, vamos fazer isso”, diz a filha de Jefferson.

De acordo com dirigentes das duas siglas, ideia é que o processo de fusão seja concluído até meados de maio, para não haver problemas para as eleições municipais de 2016. A legislação determina que novos partidos façam seus registros na Justiça Eleitoral até um ano antes do pleito – o prazo termina em outubro.

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No DEM, as divergências são mais pontuais e têm sido encabeçadas pelo líder da sigla no Senado, Ronaldo Caiado (GO). Na semana passada, ele se manifestou contra decisão da Executiva do partido, que aprovou dar continuidade ao processo de fusão por 21 votos a 4. “O eleitor não vai entender como um partido como DEM, que se firmou como referência na oposição, vai se aliar a um partido que esteve ao lado de governos petistas.”

O presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), minimiza a preocupação do correligionário. “Nós vamos precisar de apenas quinze dias de atuação no Congresso para que as pessoas saibam de que lado vamos estar.”

(Com Estadão Conteúdo)

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