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PGR defende que Carlinhos Cachoeira permaneça preso

Procuradoria-Geral da República encaminhou parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidirá se manda soltar ou não contraventor

Por Mirella D'Elia
7 Maio 2012, 14h55

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) defendendo que o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, permaneça na prisão. Apontado pela Polícia Federal (PF) como o chefe da máfia de caça-níqueis em Goiás e centro de um esquema de corrupção investigado em CPI recém-instalada, Cachoeira foi preso durante operação deflagrada pela PF em 29 de fevereiro. O bicheiro chegou a ficar no presídio federal de Mossoró (RN), mas foi transferido no dia 18 de abril para Brasília após decisão da Justiça.

O parecer, encaminhado ao STJ na última sexta-feira, será analisado pela Quinta Turma, que julga habeas corpus pleiteado pela defesa de Cachoeira. O caso chegou à corte porque o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, negou liberdade a ele. Não há prazo para o julgamento.

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Leia o parecer

No documento, o subprocurador-geral da República, Paulo da Rocha Campos, afirma que é “imperiosa” a manutenção do contraventor na prisão, já que exerce função de chefia na organização criminosa, e que, solto, ele pode voltar a praticar crimes. Ele defende, inclusive, que Cachoeira retorne a um presídio federal de segurança máxima “como forma de neutralizar ou, ao menos, enfraquecer seu poder de articulação e penetração que sabidamente exerce na sociedade”.

“Importante salientar ainda a grande influência política e econômica, perante a sociedade e a própria estrutura estatal, exercida pelo acusado que – encontrando-se no ápice de moderna, articulada, antiga e extensa organização criminosa, fortemente armada pelo concurso de vários agentes dos setores da segurança pública, inclusive do alto escalão – detém uma incrível e grandiosa capacidade de cooptação, além de extremo poderio econômico, utilizado unicamente com a finalidade de manter, a todo custo, as atividades espúrias, por meio de uma vasta rede de corrupção armada, ora para assegurar a impunidade de contravenções e crimes, ora para impedir perdas patrimoniais nos negócios explorados”, destaca Campos, no parecer.

Cachoeira foi preso preventivamente sob a acusação da prática dos crimes de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, contrabando, corrupção ativa e passiva, peculato, prevaricação e violação de sigilo. Campos destaca que há indícios “fortíssimos” da autoria dos crimes e que o fato de Cachoeira ser primário, ter bons antecedentes, residência fixa e família constituída não basta para evitar a decretação da prisão preventiva, devidamente fundamentada. Acrescenta o subprocurador-geral da República que a custódia antecipada não agride o princípio constitucional da presunção de inocência.

Rede de conexões – A Operação Monte Carlo, da Polícia Federal (PF), revelou a ampla rede de conexões que o empresário do jogo mantinha no Congresso, tanto na oposição como na base aliada. O senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) foi o primeiro atingido. Uma série de gravações apontou que um dos mais combativos políticos do Congresso usava sua influência e credibilidade para defender os negócios de Cachoeira em troca de ricos presentes.

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Além do senador, as escutas da PF complicaram deputados de pelo menos seis siglas (PT, PSDB, PP, PTB, PPS e PCdoB), dois governadores (o petista Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e o tucano Marconi Perillo, de Goiás) e a Delta, de Fernando Cavendish, empreiteira com maior número de obras no PAC. O volume de indícios levou à abertura de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) e à instalação de uma CPI no Congresso Nacional.

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