Para enfrentar Crivella, Pezão vai buscar o apoio do PT
Em entrevista concedida após a apuração dos votos no Estado, o governador candidato à reeleição pelo PMDB comemorou os mais de 40% dos votos e disse que vai usar o bom relacionamento nos partidos de oposição no segundo turno
Quem esperava ver um Luiz Fernando Pezão sorridente com os mais de 40% dos votos que o credenciaram para o segundo turno na disputa pelo governo do Rio de Janeiro se surpreendeu ao vê-lo retraído e sério na noite deste domingo. O candidato à reeleição pelo PMDB garantiu que isso não se deve ao fator surpresa que levou Marcelo Crivella, do PRB, a uma virada apertada sobre Anthony Garotinho, do PR, com uma diferença de pouco mais de 40.000 votos. “Estou acordado desde as 2 horas da manhã”, justificou, na entrevista coletiva que concedeu em um hotel da Zona Sul da capital.
Apesar de ter confirmado a liderança desde o início da contagem dos votos, com um porcentual acima do que mostravam as pesquisas de intenções, Pezão esperou a conclusão total da apuração para se pronunciar. Chegou ao local da entrevista pouco depois das 20h30, acompanhado da mulher, Maria Lúcia Cautiero. Àquela altura, o resultado da eleição no Estado já estava matematicamente definido: com 99,72% das urnas apuradas, o atual governador alcançava 40,59% dos votos, e seu adversário no segundo turno, Marcelo Crivella (PRB), tinha 20,25%.
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Alianças – Para a disputa do segundo turno, disse que já no início desta semana vai começar a organizar novas alianças. Segundo Pezão, isso inclui aproximar-se dos que lhe fizeram oposição até agora. “Vou procurar o PT, vou conversar com todos os partidos. Meu ativo nesses 32 anos de vida pública é meu relacionamento. Não tenho problema de falar com ninguém”, afirmou, criticando, porém, os ataques que sofreu, especialmente nos debates. “Apanhei muito, de todos os lados. Agora, pelo menos, vai ser de um só. Espero que possamos sair dos ataques e debater o futuro do Rio.”
Pezão agradeceu a população e todos os que trabalharam na sua campanha. Lembrou as primeiras pesquisas de intenções de votos, ainda no meio do ano, que o colocavam com míseros 4% dos votos, e disse que sua própria passagem ao segundo turno é mais surpreendente do que ter Crivella como oponente. “É um resultado extraordinário chegar a esses números sem nunca ter disputado uma eleição majoritária. Sinal de que a população reconheceu o trabalho do nosso governo. Vou levar essa experiência para o resto da minha vida”, declarou.