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Para conter crise, Planalto decide aceitar agenda de Renan

Governo acredita que pauta seja a chance de desviar o foco da possibilidade de impeachment, segundo jornal. Ministro Levy classificou medida como indispensável

Por Da Redação
11 ago 2015, 08h50

Em mais uma tentativa de enfrentar a crise política que assola o governo, a presidente Dilma Rousseff decidiu encampar o pacote de propostas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para reerguer a economia. Para o Palácio do Planalto, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a pauta é a chance que o Executivo tem para montar uma “agenda positiva” e tentar desviar o foco das ameaças de impeachment.

O pacote foi repassado nesta segunda-feira por Renan e aliados aos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Comunicação Social) e Eduardo Braga (Minas e Energia). Ao todo, são 27 propostas legislativas divididas em três grandes eixos: a melhoria da proteção social, do equilíbrio fiscal e do ambiente de negócios. Ao jornal Folha de S. Paulo, Levy classificou a pauta como “indispensável”. “Essa pauta sugerida pelo senador Renan Calheiros é a pauta do Brasil, indispensável para enfrentarmos a nova realidade econômica e superarmos a atual crise”, disse o ministro.

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De acordo com senadores da base, a sinalização de apoio às iniciativas ocorreu por parte de Dilma em reunião com líderes partidários do Senado, antes de receber líderes e parlamentares da base aliada para um jantar no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência. “Aproveitamos o encontro e a comunicamos das propostas. Ela disse que já havia recebido o material de Michel Temer (vice-presidente e articulador político do governo) e que gostou. Ela até marcou um encontro na quinta-feira para dar continuidade nas conversas”, afirmou ao Estado o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

O fato de a agenda ter sido sugerida por Renan dá protagonismo ao presidente do Senado num momento em que o governo precisa dele para rejeitar a chamada “pauta-bomba” de projetos com aumento de gastos, isolando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Renan também é hoje considerado no Planalto como “fiel da balança” para segurar eventual processo de impeachment de Dilma no Senado.

O presidente do Senado estava afastado do Planalto desde março, na esteira do seu envolvimento na Operação Lava Jato. Um ministro disse ao jornal O Estado de S.Paulo que a agenda apresentada por Renan ajuda o governo a preparar o pós-ajuste. Em mais de uma ocasião, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes do PT pediram a Dilma que virasse a página do ajuste fiscal e começasse a falar do que virá depois.

No jantar, promovido para reaproximar o Planalto do Senado, Dilma recebeu na noite de segunda 43 senadores e líderes da base do Senado e 21 ministros. No encontro, que durou cerca de quatro horas, a presidente apelou aos senadores para ajudá-la na votação de propostas de interesse do país. Dilma não falou diretamente da atuação de Cunha, que rompeu com o governo há três semanas após ser citado em delação premiada na Lava Jato e impôs na semana passada duras derrotas ao Planalto. Renan não foi ao encontro – ele esteve com Dilma na quinta-feira passada. “Ela pediu que os senadores ajudassem a Nação brasileira a superar este momento difícil, que prejudica a todos, não apenas ao governo”, contou o senador José Pimentel (PT-CE) após o jantar.

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Agenda – Entre as medidas apresentadas no pacote de Renan está a aprovação de uma proposta que vincula a política de desonerações da folha de pagamento de empresas ao cumprimento de metas ou de preservação de emprego. Essa foi uma das medidas que mais agradaram ao Planalto. Auxiliares da presidente dizem temer que o projeto feito para rever as desonerações da folha das empresas, última etapa do ajuste fiscal, aumente as demissões.

Os projetos sugeridos também preveem um novo modelo de financiamento do Sistema Público de Saúde (SUS) – como a possibilidade de cobrança por faixa de renda, segundo o jornal Folha de S. Paulo -, além da realização de duas reformas tributárias: uma envolvendo o ICMS e outra do PIS/Cofins. “Vamos apreciar todos os pontos do ajuste dentro dessa lógica da agenda”, afirmou Renan.

(Da redação)

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