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Orlando Silva nega recuo por pressão de delator

Em entrevista coletiva, ministro negou que houve mudança de postura do ministério sobre irregularidades cometidas por João Dias

Por Gabriel Castro
17 out 2011, 18h41

O ministro do Esporte, Orlando Silva, rebateu nesta segunda-feira a afirmação de que o ministério cedeu à pressão do policial militar João Dias, filiado ao PC do B, e aliviou a situação do delator do esquema de corrupção na pasta. O episódio, revelado pelo site de VEJA, ocorreu em 2008.

Documentos publicados pelo site de VEJA mostram que o Ministério do Esporte recuou depois de enviar à Polícia Militar do Distrito Federal um relatório com irregularidades cometidas em convênios com duas entidades controladas por João Dias, que é soldado da PM e militante do PC do B. Ao ir até o ministério e sugerir que poderia delatar o esquema, Dias exigiu a mudança de tom e foi atendido: cinco dias depois do primeiro documento, a pasta enviou outro ofício à Polícia Militar, pedindo que o material anterior fosse desconsiderado. João Dias, que corria o risco de ser expulso da Polícia Militar, continua na corporação até hoje.

“Um processo desse tipo também permite o contraditório, o direito de defesa”, disse Orlando Silva. “Não houve nenhuma mudança, nenhuma flexibilização, nenhum recuo do ministério em nenhum momento. Não podemos responder por procedimentos adminsitrativos de outros órgãos”.

Os documentos mostram como, ao contrário do que diz Orlando Silva, o ministério cedeu às pressões de João Dias – o que não faria sentido se o policial militar fosse um mero inventor de histórias infundadas.

Coletiva – Na entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, Orlando Silva disse ainda que as acusações feitas contra ele por João Dias não podem ser provadas. “Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras afirmadas por esse criminoso”, esbravejou o ministro.

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Orlando Silva também reafirmou ter recebido João Dias por ordem de Agnelo Queiroz, então ministro do Esporte e hoje governador do Distrito Federal. À época, Silva era secretário-executivo do ministério e atendeu ao pedido de seu superior: providenciou a assinatura de um convênio com uma entidade comandada por Dias. “Agnelo talvez tenha agido de boa fé”, declarou o ministro, demonstrando que a sintonia dele com o governador não é total. “Quero crer que ele agiu de boa fé”.

O ministro do Esporte garantiu que continuará com sua agenda normalmente e afirmou dispor da confiança da presidente Dilma Rousseff, que pediu nesta segunda-feira a garantia da presunção de inocência. O comunista encaminhou pedidos de investigação sobre o caso à Polícia Federal, à Procuradoria Geral da República e à Comissão de Ética Pública da Presidência. Orlando Silva disse que vai processar seus acusadores: “Durante a semana eu vou impetrar as ações que já estão sendo preparadas: uma ação criminal por calúnia e uma ação civil por dano moral”.

Esquema – Na edição de VEJA que chegou às bancas neste sábado, João Dias Ferreira acusa Orlando Silva de coordenar um esquema milionário de desvios em convênios com Organizações não-governamentais (ONGs). Para receber o valor a que tinham direito, as entidades precisavam pagar 20% do valor em questão a integrantes da pasta.

João Dias, que chegou a ser preso durante uma operação que descobriu desvios no ministério durante o governo Lula, também afirmou que Orlando Silva recebeu uma caixa repleta de dinheiro vivo, originário do esquema. A maior parte dos recursos desviados teria sido usada para cobrir gastos de campanha do PC do B – inclusive despesas com a coalização que, em 2006, levou Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.

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