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Odebrecht repassou quase R$ 22 milhões a João Santana

Segundo as investigações, novos indícios apontam que Marcelo Odebrecht detinha o controle do caixa de propina e tinha conhecimento amplo do uso de offshores para o depósito de dinheiro a corruptos

Por Da Redação 3 mar 2016, 14h11

Uma planilha de contabilidade paralela feita pela construtora Odebrecht e apreendida pela Polícia Federal na Operação Lava Jato mostra novos repasses – ainda não revelados – do grupo do herdeiro Marcelo Odebrecht para o marqueteiro João Santana. Os pagamentos somam 21,5 milhões de reais e foram feitos entre outubro de 2014 e julho de 2015, período da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e dos primeiros meses do segundo mandato da petista, já sob efeito da Operação Lava Jato. Os repasses variam de 500.000 reais a 1 milhão de reais.

No documento, Santana é citado como “Feira”, codinome que os investigadores atribuem ao marqueteiro e à sua esposa, Mônica Moura. Ao lado do registro “Feira”, códigos como “leite”, “cerveja”, “bacalhau” e “temperos”, o que, de acordo com a PF, são senhas para contabilizar o repasse de dinheiro ilegal. “A inserção de codinomes é um claro indicativo de tratar-se de operações à margem da contabilidade da empresa, buscando ‘mascarar’ pagamentos não contabilizados de forma oficial”, anotou a Polícia Federal. Ao longo das investigações da Operação Lava Jato, a força-tarefa contra o petrolão já havia conseguido identificar anotações feitas pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht com referências a “Feira” e uma possível “distribuição de recursos a Feira de forma sub-reptícia”.

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Para a força-tarefa, a Operação Acarajé, que corresponde à 23ª fase das investigações sobre o escândalo do petrolão, reforça o envolvimento de Marcelo Odebrecht no escândalo do petrolão e escancara o pagamento de propina do conglomerado. A planilha de pagamentos ilícitos feitos pela Odebrecht continha com destinatários, por exemplo, “Feira”, uma referência ao marqueteiro João Santana, e JD, em alusão ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

Segundo os investigadores, novos indícios apontam que Marcelo Odebrecht detinha o controle do caixa de propina do grupo e conhecimento amplo do uso de offshores para o depósito de dinheiro a corruptos. Na 23ª fase da Lava Jato, as suspeitas são de que Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares, que já foram ligados ao Grupo Odebrecht, e Fernando Miggliaccio da Silva atuavam nos pagamentos no exterior por ordem da companhia.

Conforme revelou VEJA, depois do repasse de documentos encontrados em fevereiro de 2015, durante a nona fase da Lava Jato, investigadores detectaram indícios de que subsidiárias da empreiteira Odebrecht repassaram dinheiro a contas no exterior controladas por João Santana. VEJA também mostrou que, ao analisarem o material apreendido ainda na nona fase da Lava Jato, os investigadores encontraram uma carta enviada em 2013 pela esposa de João Santana, Mônica Moura, ao engenheiro Zwi Skornicki com as coordenadas de duas contas no exterior. Sócia do marido, Mônica indicava uma conta nos Estados Unidos e a outra na Inglaterra para os depósitos.

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