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MPF denuncia Cerveró e Fernando Baiano e pede devolução de R$ 300 mi

Procuradoria da República também apresentou denúncia contra o doleiro Alberto Youssef e contra o executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 dez 2014, 12h28

A Procuradoria da República no Paraná apresentou denúncia criminal contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, o empresário e lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o doleiro Alberto Youssef e contra o executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal. Eles são acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção e lavagem de capitais. Na ação encaminhada à Justiça neste domingo, o Ministério Público também pede que sejam devolvidos aos cofres públicos pelo menos 296,8 milhões de reais. Ao reunir as principais provas da apuração, a procuradoria conclui que o pagamento de propina era rotina na Petrobras, principalmente em diretorias cujos chefes – Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Cerveró – haviam sido indicados por pressão política.

“Após mais de nove meses de investigação, apurou-se que, no âmbito da Petrobras, o pagamento de propina em contratos de grande valor, como é o caso destes autos, era endêmico e usual nas Diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional”, diz a denúncia. “Nem sempre se solicitava abertamente a propina, mas sempre, para a obtenção do contrato, negociava-se o valor indevido a ser pago, diretamente com o diretor da área, gerente ou ‘intermediário’ próximo a eles”, completam os investigadores.

Em VEJA: Petrolão: políticos recebiam a propina em domicílio

Em acordo de delação premiada, o executivo Julio Camargo havia dito em depoimento à Justiça Federal que o lobista Fernando Soares, apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, exigiu, em 2005, propina de 40 milhões de dólares para conseguir que a empresa sul-coreana Samsung celebrasse com a Petrobras contratos para a fabricação de duas sondas de perfuração em águas profundas. A quitação completa da propina precisou de intermediação do doleiro Alberto Youssef, que providenciou contratos simulados com empresas de fachada para viabilizar parte dos recursos. O pagamento de propina incluía ainda o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco.

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Na transação, a Piemonte Investimentos, ligada a Julio Camargo, atuou em favor da Samsung na obtenção de contratos para as sondas a mediação de Fernando Baiano por conta do “sabido bom relacionamento” dele na Área Internacional da Petrobras, comandada na época pelo diretor Nestor Cerveró. “As vantagens indevidas, no valor total de 40 milhões de dólares, foram estabelecidas após negociações entre os denunciados, de modo que ao mesmo tempo em que tais vantagens indevidas foram oferecidas e prometidas e pagas por Julio Camargo, por meio de Fernando Baiano, foram solicitadas e recebidas por Nestor Cerveró”, diz a procuradoria.

Nas investigações o Ministério Público não conseguiu detalhar como a propina recolhida da Petrobras chegava às contas do ex-diretor Nestor Cerveró, mas afirma que “não há dúvida de que ele efetivamente agiu de modo combinado com Fernando Soares por ocasião da solicitação da vantagem indevida, pois a adesão de Nestor Cerveró à empreitada criminosa foi fundamental para que as próprias reuniões entre os denunciados ocorressem, bem como para que houvesse a aprovação do projeto do navio-sonda [da Samsung] e a própria transferência das vantagens indevidas a Fernando Soares”.

Na peça de acusação apresentada à Justiça, Nestor Cerveró foi denunciado duas vezes por corrupção passiva e 64 vezes por lavagem de dinheiro; Fernando Baiano, duas vezes por corrupção passiva e 64 vezes por lavagem; Julio Camargo, duas vezes por corrupção ativa, 64 vezes por lavagem e sete por crimes financeiros; e Alberto Youssef foi denunciado dezessete vezes por lavagem de dinheiro.

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