Mesmo sem depor, Cachoeira pode retornar a Brasília
Dos 14 depoimentos previstos, apenas dois foram feitos até agora. Novas audiências devem ser marcadas
O juiz federal Juiz Alderico Rocha Santos, que conduz as audiências e depoimentos sobre o caso Cachoeira, em Goiânia, informou nesta quarta-feira que o contraventor Carlinhos Cachoeira deve ser transferido de volta para Brasília assim que terminarem as oitivas do dia, independentemente de ele próprio ser ouvido ou não. O argumento do magistrado é o de que, se a instrução do processo não for concluída hoje, ele não pode se responsabilizar pela segurança do bicheiro, cuja custódia está a cargo de autoridades de Brasília. “Se não terminar hoje, vou devolver para Brasília”, comentou Santos.
A morosidade na coleta de depoimentos – das 14 testemunhas previstas para esta terça-feira, apenas duas foram ouvidas – pode fazer com que novas audiências sejam marcadas, possivelmente para a próxima semana. A estratégia da defesa, na avaliação do Ministério Público, é alongar ao máximo os depoimentos para desgastar as testemunhas. Cansadas após horas de sabatina, os depoentes trariam menos detalhes sobre o esquema criminoso e poderiam comprometer menos os acusados.
“As testemunhas falam menos, dão menos detalhes”, observou a procuradora Léa Batista, que atua no processo. “Está clara a estratégia dos advogados, mas essa atuação é natural”.
Independentemente de quando Cachoeira vai prestar depoimento, o Ministério Público acredita que ele deverá optar por se manter em silêncio e evitar a auto-incriminação. A mesma postura deve ser seguida pela maioria dos réus: Gleyb Ferreira da Cruz, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza, Raimundo Washinton de Sousa Queiroga e Wladmir Garcez Henrique. Geovani Pereira da Silva, tesoureiro do grupo criminoso, também deveria prestar depoimento, mas está foragido.