José Dirceu e Jacinto Lamas receberam visitas nesta sexta-feira, apesar de decisão contrária da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal
Por Gabriel Castro, de Brasília
29 nov 2013, 14h53
Apesar da determinação da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para que os mensaleiros presos recebam o mesmo tratamento dos outros condenados, pelo menos dois deles receberam visitas nesta sexta-feira no Complexo Penitenciário da Papuda: José Dirceu e Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL.
A informação de que Dirceu recebeu visitas foi confirmada por funcionários do presídio, mas os nomes não foram divulgados. No caso de Lamas, entre os visitantes, um deles era um padre da congregação religiosa Legionários de Cristo.
Nesta quinta-feira, a Vara de Execuções Penais atendeu a um pedido do Ministério Público e decretou o fim de qualquer tratamento diferenciado aos mensaleiros. Os privilégios teriam causado, segundo a decisão, “clima de instabilidade e insatisfação” no presídio.
A decisão significa que os parentes e amigos de criminosos como Dirceu e Marcos Valério teriam de comparecer no complexo prisional às quartas e quintas-feiras e se submeter aos mesmos procedimentos dos outros visitantes – o que inclui uma longa fila e a passagem por uma revista individual.
A direção do sistema penitenciário informa que não há privilégios, e diz que o tratamento diferenciado é uma forma de proteger a vida dos presos mais conhecidos e de suas famílias. Mas, pela decisão judicial, as autoridades do governo local estão sujeitas a punição por desrespeitarem a isonomia entre os detentos.
Em nota, o Ministério Público do Distrito Federal informou ter entrado em contato com a diretoria do Centro de Internamento e Reeducação, onde estão Dirceu e Lamas. Adelmo Rodrigues Conceição Júnior, vice-diretor da unidade, teria dito aos promotores que não foi comunicado sobre a decisão da Vara de Execuções Penais. por isso, o Ministério Público pedirá que a Justiça assegure, por ora, que os demais presos também recebam visitas às sextas-feiras.
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