Lugo promete garantir lei e ordem em conflito entre carperos e brasiguaios
O presidente do Paraguai orientou a polícia do país para afiançar a segurança na disputa por terras na fronteira com o Brasil
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse em comunicado divulgado nesta segunda-feira que o governo paraguaio fará de tudo ao seu alcance para garantir a manutenção da lei e da ordem na disputa entre proprietários de terra brasileiros e sem-terra paraguaios por áreas rurais na fronteira com o Brasil, no distrito de Alto Paraná, no Paraguai. “O governo rejeita toda ideia de violência, de justiça com as próprias mãos vinda de quem quer que seja e instruiu a força pública a assegurar a ordem”, diz o documento.
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Os “carperos” (em português, aqueles que moram em barracas) ameaçam invadir 167 mil hectares de terras de “brasiguaios” para a reforma agrária. Em nota, Lugo afirma que o governo paraguaio disponibiliza meio institucionais para o acesso do povo à terra e diz ter orientado a polícia para manter a segurança na fronteira com o Brasil. “O estado de direito representa o único marco para a solução de conflitos”.
Os sem-terra paraguaios que ocupam as redondezas de fazendas de brasileiros no Alto Paraná, no Paraguai, na região da fronteira com o Brasil, ignoraram a ordem da Justiça daquele país para sair dos arredores de três propriedades em Ñacunday, Santa Rosa del Monday e Iruña. Em Ñacunday, centenas deles se instalaram dentro das lavouras. Na sexta-feira, um juiz determinou que os carperos deixassem imediatamente os locais.
Entenda o caso – Os carperos reivindicam para reforma agrária terras ocupadas há mais de quarenta anos por brasileiros que foram para o Paraguai, na região próxima à fronteira. Os brasiguaios, como são chamados, ajudaram a desenvolver aquele país, com produtivas plantações de soja e milho. Agora, eles consideram essa conquista ameaçada por grupos de sem-terra.
O embate tomou contornos críticos nos últimos quinze dias, depois que o presidente Fernando Lugo determinou a demarcação de terras paraguaias na fronteira com o Brasil. O argumento do governo paraguaio é checar se há brasileiros em terras que originalmente eram públicas. Foi a deixa para os sem-terra convocarem militantes a irem para os acampamentos do Alto Paraná pressionar pela expulsão dos brasiguaios.