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Sem fazer mea culpa, governo repete promessas de 2013

Por Gabriel Castro, de Brasília
15 mar 2015, 20h10

Parecia reprise de junho de 2013: depois das manifestações que reuniram centenas de milhares de pessoas em todo o Brasil neste domingo, o governo prometeu estender o diálogo, defender uma reforma política via plebiscito e atacar as doações empresariais de campanha, conforme segue a cartilha do PT. Faltou a autocrítica.

Desta vez, o pronunciamento foi feito pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, no Palácio do Planalto. Eles se reuniram com a presidente Dilma Rousseff durante a tarde e foram escalados para apresentar a resposta do Planalto aos atos. Cardozo afirmou que o governo vai anunciar “nos próximos dias” o pacote anticorrupção prometido durante a última campanha eleitoral. Ele não deu detalhes do programa, mas disse que o foco é o combate à impunidade.

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A promessa é semelhante àquela feita dois anos atrás, quando manifestações também se espalharam pelo Brasil. Sem reconhecer que o governo falhou em cumprir a promessa, Cardozo disse que o petrolão só foi descoberto porque o governo deu independência aos órgãos de investigação. “A situação da Lava Jato decorre claramente de uma postura governamental imediata de assegurar investigações autônomas”. Rossetto prosseguiu o jogo de cena: “Este governo desde sempre combate à corrupção”.

O governo também quer ressuscitar a fracassada tentativa de reforma política com consulta popular para, em primeiro lugar, implementar o financiamento público de campanha – ou seja: passar a conta para o contribuinte e adotar um sistema que nada faz para impedir o caixa dois.

Cardozo defendeu uma “ampla reforma política lastreada no ouvir da sociedade”. “Não é mais possível que continuemos a ter o financiamento empresarial de campanhas eleitorais. É necessário fechar imediatamente essa porta”, disse ele.

A ausência de autocrítica também se evidenciou quando o ministro Miguel Rossetto fez uma análise da situação econômica. Ele manteve a postura escapista e culpou a crise internacional e a seca pelo total desequilíbrio da economia na atual gestão.

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Enquanto o ministro da Justiça tentava passar a impressão de que o governo está aberto ao diálogo com todos os setores críticos, seu colega parecia pouco preocupado em construir pontes. Por mais de uma vez, Rossetto afirmou que as manifestações deste domingo reuniram majoritariamente pessoas que já não haviam votado em Dilma

Enquanto os dois petistas falavam, brasileiros de diversas cidades, como São Paulo e Brasília, retomavam o “panelaço” promovido há uma semana, quando a presidente Dilma Rousseff foi à televisão discursar sobre o Dia da Mulher. Cardozo foi indagado sobre o tema e disse apenas que respeitava os protestos.

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