Dois dias após ataques, Alemão ainda não retomou rotina
Segurança está reforçada no complexo de favela, mas escolas permanecem fechadas e moradores estão com medo. Médicos de UPA atacada se demitiram
O Complexo do Alemão ainda não conseguiu retomar a rotina, mesmo dois dias depois do ataque traficantes, que incendiaram quatro ônibus e depredaram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A segurança foi reforçada em todos os acessos ao conjunto de favelas pacificadas nesta quarta-feira, mas moradores ainda relatam muito medo. Escolas permanecem fechadas – algumas só retomam as atividades na próxima segunda.
A UPA voltou a funcionar, mas sem os vidros quebrados na invasão e com a equipe reduzida. Segundo o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, dois médicos pediram demissão e dois enfermeiros ficaram feridos ao tentar deter os criminosos. Dohmann informou que está sendo feito um levantamento do prejuízo causado, mas adiantou que foram destruídos computadores, aparelhos de televisão, mesas e cadeiras. “Foi um ato de vandalismo”, criticou.
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Por volta das 21h30 de segunda, um grupo forçou a porta da frente da UPA, deixando em pânico pacientes e profissionais que estavam no local. Assustados, médicos chegaram a pular por uma das janelas, para tentar escapar do ataque. O governador Luiz Fernando Pezão visitou a unidade de saúde na terça, e garantiu que os ataques recentes não ameaça a política de pacificação. “Não vamos sair daqui. É determinação nossa trazer paz ao Alemão”, afirmou.
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(Com Estadão Conteúdo)