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Bandidos do Rio agora atacam unidades de saúde – e usam a população

Pezão pede ajuda ao governo federal e à Justiça para alojar em presídios federais traficantes apontados como mandantes de mortes de policiais

Por João Marcello Erthal
29 abr 2014, 13h26

Com policiais sob ataque no Complexo do Alemão, onde bandidos invadiram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e atiraram contra ambulâncias na noite de segunda-feira, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, solicitou nesta manhã auxílio ao governo federal e à Justiça. Pezão fez contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e com a presidente do Tribunal de Justiça (RJ) do Rio, desembargadora Leila Mariano, para articular a transferência de criminosos presos no Rio para unidades federais, longe do Estado. Um pedido de transferência será enviado nesta tarde ao TJ.

O objetivo é afastar do Rio bandidos apontados como mandantes de ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e de assassinatos de policiais, como a soldado Alda Rafael Castilho, morta em fevereiro. Os três criminosos que terão a transferência pedida são Bruno Eduardo da Silva Procópio, o Piná, e Eduardo Fernandes de Oliveira, o 2D, e Ramires Roberto da Silva. Piná e 2D foram presos em Búzios, no último dia 21. Ramires foi capturado por PMs da UPP do Parque Proletário, na Penha, Zona Norte do Rio.

Sob o pretexto de “protestar”, bandidos têm comandado ataques em áreas com UPPs. Ao longo da última noite e madrugada, quatro ônibus foram incendiados. A gravidade da situação está, no momento, tanto na intenção dos bandidos como na forma como moradores estão sendo envolvidos na estratégia criminosa. No Alemão, o que seria uma “manifestação” evoluiu para uma invasão a uma unidade de saúde, a UPA do complexo de favelas. De acordo com o jornal Extra, uma família com duas crianças, uma de 3 anos e a outra com apenas 3 meses, ficou encurralada por criminosos no início da madrugada. Uma ambulância tentou resgatar a família, pois uma das crianças estava recebendo medicação na veia devido a um problema de baixa imunidade. As duas crianças têm suspeita de contaminação da gripe H1N1. A ambulância, ao se aproximar do local, foi atacada a tiros e os profissionais de saúde tiveram que recuar.

Depois do ataque à UPA foram recolhidos, no local, alguns itens que desmontam qualquer teoria de que o protesto foi espontâneo. Entre eles, batatas atravessadas por vários pregos. O ataque não foi contra policiais, mas contra a unidade de saúde, onde há pacientes, crianças, idosos, médicos e enfermeiros em ação.

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Pavão-Pavãozinho – Na Zona Sul do Rio, a morte do dançarino Douglas Rafael da Silva, o DG, do programa ‘Esquenta’ da Rede Globo, serviu de munição para um protesto violento na semana passada. PMs da UPP daquela favela estão sendo investigados pelo caso – apesar de, para a família e uma parte dos moradores do local, eles já estarem previamente condenados. Havia, de fato, um tiroteio no momento em que DG foi morto. Mas não houve reclamação quanto aos disparos feitos por traficantes. A manifestação pelas ruas de Copacabana, logo após o enterro de DG, levou medo ao bairro, com comércio fechado e bombas de efeito moral lançadas pela polícia, como reação às pedras lançadas por um grupo.

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Uma nota divulgada pelo governador do Rio esta manhã repete, de certa forma, o que o antecessor, Sérgio Cabral, vinha afirmando. “Não há recuo no processo de pacificação, que vem retomando territórios dominados, durante muitos anos, por bandidos. Não vamos tolerar baderna, atos de vandalismo, destruição de patrimônio. Aqueles que cometerem esses atos serão submetidos ao rigor da lei”, afirmou Pezão.

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