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Documento oficial de lançamento do PSD é assinado

Evento foi realizado em auditório lotado, no Congresso Nacional

Por Luciana Marques
13 abr 2011, 13h07

Em um espaço ocupado com mais de o dobro de sua capacidade, que é de 70 pessoas, foi assinado, no início da tarde desta quarta-feira, o documento oficial de criação do Partido Social Democrático (PSD). O mentor da ideia e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o único a ser aplaudido ao entrar no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele abriu o evento afirmando que a Bahia, onde a legenda foi lançada no dia 20 de março, já havia dado a largada para o partido.

O governador do Amazonas, Omar Aziz, brincou sobre a superlotação: “É bom o tumulto porque se ninguém tivesse aqui iam dizer que foi um fiasco”. O vice-governador baiano, Otto Alencar, também comentou a falta de planejamento do ato. “Kassab cometeu o mesmo erro que eu, fez a reunião em um local pequeno”, afirmou. Em seguida, Alencar leu o manifesto da legenda, em que seus criadores afirmam que vão lutar por liberdade, economia de mercado, benefícios para economia agrícola, desenvolvimento, justiça social, transformação política e liberdade de opinião. Também defenderam o voto distrital, que segundo eles, seria a melhor forma de assegurar esses objetivos.

No texto, ainda há referências positivas aos programas sociais contra a miséria. “Desde que as pessoas possam deixar a pobreza gradativamente por meio da educação”, destaca o manifesto, em que também é citada a defesa das fontes renováveis e da exportação de alimentos.

A presidente da Confederação Nacional da agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu, ocupava a mesa em que estavam os principais nomes do PSD. Atuante entre os ruralistas, Kátia, cotada para ocupar a presidência da legenda, foi contemplada no manifesto por um ponto que agrada o grupo do qual faz parte: “a paz no campo e o marco legal para a agropecuária no país”.

Governo – Kátia Abreu defendeu, em seu discurso, ideias liberais, como fortalecimento do livre mercado e das empresas. “O capital no Brasil não precisa de proteção. Neste momento o próprio protege tão bem o capital”, disse. A senadora lembrou que o partido deverá conviver com as divergências, já que há integrantes governistas e oposicionistas. Ela afirmou, no entanto, que a legenda deve apoiar projetos do governo Dilma Rousseff de interesse do partido.

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“Oposição não significa para mim uma empresa de demolição. Não estou mais disposta ao patrulhamento ideológico. Votei pelo salário mínimo de 545 reais porque acredito que ele é bom para o Brasil, não é um salário mínimo ilusório”, disse. Kátia votou a favor do governo no reajuste, apesar de o DEM ter defendido um valor maior.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que o partido não terá a marca de ser contra o governo ou a favor: “Os integrantes do PSD terão total liberdade para votar bpns projetos. Não haverá camisa de força, nem patrulhamento”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), elogiou, em discurso, a criação da nova legenda e disse que a Casa está à disposição do novo partido. “Nós vamos tratar o PSD com muita atenção, respeito e carinho. E vamos ajudá-lo a se consolidar como partido importante desse Parlamento”, disse.

Alguns petistas defendem que o PSD integre a base aliada. O líder do governo, deputado Cândido Vacarrezza (PT-SP), por exemplo, reuniu-se com dirigentes do novo partido para convidá-los a integrar a base de apoio ao governo.

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Constrangimento – Dois grandes nomes do partido cometeram certas gafes no evento. O ex-deputado federal e ex-candidato a vice-presidência Indio da Costa chegou 10 minutos atrasado e teve dificuldade para entrar no auditório apertado. Em seu discurso, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, errou o nome da legenda – invertendo a ordem para Democrático Social. Corrigido pelo público presente, Afif encerrou rapidamente a oratória. “O partido foi inspirado em Juscelino Kubitschek, no caminho do desenvolvimento democrático”, disse.

O vice-governador paulista comentou que a criação do PSD é um passo inicial para a regulamentação jurídica, que deverá ocorrer o mais breve possível. “Vamos fazer seminários do Acre ao Rio Grande do Sul. Não queremos que seja apenas um ato mecânico, mas consciente de um movimento em massa para a modernização”, acrescentou. Os seminários servirão para a legenda coletar as cerca de 500.000 assinaturas de que necessita para ser registrada na Justiça Eleitoral. O foco do partido será na classe média.

Entre os discursos houve referências à juventude, representada na platéia com camisetas do PSD Jovem. Nas faixas que ornamentavam o auditório, a cor do novo partido já era destacada: o azul, também utilizado pelo PSDB. Entre os presentes, ainda estavam os vice-governadores do Mato Grosso, Francisco Daltro, do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, e da Paraíba, Rômulo Gouveia. Por causa da superlotação do auditório, muitos convidados preferiram esperar o final da cerimônia do lado de fora.

Até o fim do ato, que durou cerca uma hora, 35 deputados federais haviam assinado a lista para filiação ao futuro partido. Uma fila de parlamentares formou-se depois do evento para assinatura do documento.

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