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Delator aponta propina de R$ 5 milhões da máfia do ISS a dois vereadores

Fiscal que fez delação premiada disse ter feito um pagamento a Adilson Amadeu (PTB) e relatou aos procuradores que Aurélio Miguel (PR) também recebia propina

Por Da Redação
2 fev 2016, 10h39

O fiscal Eduardo Horle Barcellos, que confessou ter integrado a máfia do ISS, afirmou em acordo de delação premiada que os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR) receberam no esquema que fraudava cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS). O dinheiro teria sido pago pelo ex-subsecretário municipal de Arrecadação de São Paulo, Ronilson Bezerra Rodrigues. Ele é apontado pelos investigadores como chefe do esquema que atuou na prefeitura durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD), entre 2006 e 2012.

Barcelos relatou aos promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) que, seguindo ordens de Ronilson, fez um dos pagamentos a Adilson Amadeu. “Em meados de 2012, Ronilson pediu que o declarante entregasse um envelope pardo cheio de dinheiro para Adilson Amadeu”, disse o delator. O depoimento detalha que o pagamento ocorreu na frente de uma cafeteria na Rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. “O declarante chegou a questionar Ronilson da razão daquela entrega. Ronilson não respondeu”.

Sobre Aurélio Miguel, Barcellos declarou que os pagamentos foram feitos em sua casa. “Ronilson disse ao declarante que Aurélio Miguel o recebia em uma sala onde havia um aparelho de som, sendo que Aurélio Miguel ligava o aparelho e aumentava o volume até as alturas quando ia pegar o dinheiro de modo a impedir qualquer gravação que pudesse registrar a entrega das quantias”, relata Barcellos em sua delação.

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Em nota, Amadeu disse que “desconhece o teor do depoimento de Barcellos e nega veementemente qualquer relação de vantagem com o servidor”. Também por nota, Miguel “repudia com veemência toda e qualquer afirmação no sentido de que tenha recebido dinheiro de Ronilson, de qualquer funcionário da Secretaria de Finanças ou qualquer outro funcionário municipal”. O texto ressalta que Barcellos não apresentou prova sobre pagamentos ao vereador e diz que a sala onde haveria o som potente em sua casa “não existe”.

Miguel e Amadeu não foram os únicos citados no depoimento de Barcellos. O fiscal declarou também ter informações de que o atual presidente da Câmara, Antonio Donato (PT), e o ex-presidente, Antonio Carlos Rodrigues (PR), atual ministro dos Transportes, também receberam propina. Eduardo Barcelos afirma que Ronilson fez pagamentos a eles porque “ficou em débito” com os parlamentares após ter sido nomeado subsecretário. Durante a CPI do IPTU, em 2009, os vereadores enviaram “inúmeros” ofícios à Prefeitura convocando autoridades para prestar depoimento como forma de pressionar pela sua nomeação.

Donato ressalta que à época dos fatos fazia oposição a Kassab e afirma que seu nome vem sendo “usado indevidamente” pelos delatores. O ministro Rodrigues diz “jamais” ter recebido dinheiro da máfia do ISS e cobra do delator provas de suas acusações.

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(com Estadão Conteúdo)

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