Comandante da Rota: ‘Desvio de conduta não é aceito’
Três PMs foram autuados em flagrante por homicídio doloso após denúncia de execução de suspeito durante ação policial na Zona Leste de São Paulo
Três policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) serão investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar pela morte de um suspeito durante ação policial ocorrida na noite desta segunda-feira próximo à favela Tiquatira, região da Penha, na Zona Leste da capital paulista. Segundo uma denúncia anônima, o suspeito foi executado pelos policiais, que estão presos. Seis suspeitos foram mortos, três acabaram presos e outros cinco conseguiram fugir.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o comandante da Rota, tenente-coronel Salvador Madia, defendeu que a ação da polícia na noite de segunda-feira foi legítima, porém ressaltou que a atitude dos polícias suspeitos da execução não será aceita na corporação. “Não podemos condenar a ação da Rota”, afirmou. “A ação foi legítima, mas o desvio de conduta (dos policiais) não é aceito. Esse fato não macula a ação da Rota como um todo”.
Os policiais presos são um sargento e dois soldados que formavam parte do grupo de 24 PMs que participaram da ação. A polícia disse que não divulgará os nomes dos policiais porque o caso ainda está sendo investigado. Até o fim da tarde desta terça, os policiais estavam prestando depoimento.
Testemunha – “Há indícios fortes, além do depoimento da testemunha, de que houve um crime doloso contra essa vítima, ou seja, um homicídio. Por isso os policiais foram autuados em flagrante”, afirmou o diretor do DHPP, delegado Jorge Carrasco. Segundo ele, aproximadamente meia hora após a polícia abordar os suspeitos na operação, uma testemunha ligou para o 190 dizendo que uma pessoa estava sendo agredida por policiais perto de casa e que havia escutado disparos. O crime teria acontecido a cerca de seis quilômetros do local onde o grupo criminoso estava reunido. A testemunha está sob proteção policial.
Três dos seis mortos na ação já foram identificados e dois deles tinham passagem pela polícia por homicídio, roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de arma. Segundo o comandante da Rota, um dos detidos durante a operação confirmou que o grupo estava reunido com o objetivo de traçar um plano de resgate de um preso que seria transferido do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, na Zona Leste da cidade, para a Penitenciária II de Presidente Venceslau, no extremo oeste paulista.