Caçada a Fat Family em 50 favelas do Rio deixa cinco suspeitos mortos e três policiais feridos

Polícia busca recapturar o traficante que foi resgatado por bandidos de um hospital no Centro do Rio na madrugada do último domingo. No Alemão, gerente do tráfico foi baleado e outros dois seguranças morreram

Por Leslie Leitão 22 jun 2016, 18h25

"Fat Family" em foto no hospital feita por parentes: não havia controle nas visitas ao criminoso, que acabou facilmente resgatado — Fat Family (VEJA.com/Reprodução/Reprodução)

Tendo falhado no planejamento para evitar o resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, conhecido como Fat Family, que estava internado no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio de Janeiro, a Polícia Militar deslanchou nesta quarta-feira uma série de incursões em mais de 50 favelas das zonas Norte, Oeste e na Baixada Fluminense para tentar recapturá-lo. A ação mais sangrenta ocorreu na Favela do Rola, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Após intenso confronto com bandidos, pelo menos cinco suspeitos acabaram mortos e um outro foi baleado. Um fuzil 7.62, três pistolas e uma granada foram apreendidos. No início da noite, policiais da 21ªDP (Bonsucesso) conseguiram fechar o cerco a outro criminoso procurado: Edson da Silva Souza, o Orelha, um dos líderes do tráfico no Complexo do Alemão, foi baleado quando saía da favela.

O traficante e outros dois comparsas foram interceptados pelos policiais civis na descida da Rua Paranhos, um dos acessos ao complexo, pela localidade conhecida como Pedra do Sapo. Os investigadores estavam em um carro e, ao tentarem interceptar o Sandero, houve intenso tiroteio. Orelha foi atingido no pescoço e levado para o Hospital Getúlio Vargas, onde está sendo operado. Seus dois seguranças, porém, não resistiram. O bandido ganhou fama em 2014. Dois meses após ser preso na chamada Operação Uranos, ele foi solto por decisão da 6ª Câmara Criminal. Com isso, ele chegou a ficar refugiado no Paraguai, junto com seu chefe, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, mas voltou para o Rio há alguns meses.

Em três pontos diferentes da cidade, policiais militares acabaram feridos. No Morro da Congonha, em Vaz Lobo, na Zona Norte, o sargento Alex foi ferido no antebraço num tiroteio. Em duas favelas consideradas pacificadas, outros dois policiais foram atingidos: na Cidade de Deus, o soldado Tiago Rodrigues de Campos foi ferido no braço; na Nova Brasília, uma das favelas do Complexo do Alemão, o cabo César David Breves foi baleado na perna direita e no tórax – mas esse disparo não o atingiu, por causa do colete à prova de balas. Nesse ataque de bandidos na Praça do Samba, a dona de casa Isabel Cristina Soares Martins, de 52 anos, foi atingida na mão. Todos passam bem.

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Conforme o site de VEJA revelou ontem, a Polícia Civil identificou o criminoso que liderou a invasão ao Hospital Souza Aguiar. De acordo com informações obtidas pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), o responsável por arquitetar o plano e colocá-lo em prática é Neversino Garcia de Jesus, conhecido como Garcia. Os dados foram repassados à Divisão de Homicídios (DH), que investiga o caso. No ataque, o segurança de uma boate que buscava atendimento morreu e duas pessoas ficaram feridas, entre elas um técnico de enfermagem.