Cantareira volta a cair mesmo depois de um dia de chuva
Manancial diminuiu de 11,9% para 11,8% da capacidade nesta quarta; último aumento do volume em razão das chuvas foi há 203 dias, em 16 de abril
As fortes chuvas que caíram nesta segunda-feira sobre o Estado de São Paulo não foram suficientes para manter o mesmo nível de água armazenada pelo Sistema Cantareira por mais de um dia. Depois de 38 dias de quedas consecutivas, o Cantareira permaneceu na terça com o mesmo índice de água registrado no dia anterior, de 11,9%. No entanto, o alívio durou pouco e nesta quarta o volume do manancial voltou a cair, diminuindo para 11,8% da capacidade total. O último aumento do volume ocorreu há 203 dias, em 16 de abril. As chuvas fizeram o nível subir de 12% para 12,3%.
A chuva que chegou ao Estado de São Paulo no sábado deve permanecer pelos próximos dias. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta quarta é de chuva moderada a forte, descargas elétricas e rajadas de vento em áreas isoladas no Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul e Região Serrana do Rio de Janeiro, Zona da Mata e sul de Minas Gerais. Segundo o Inmet, as chuvas devem perdurar até, pelo menos, o próximo domingo.
A notícia traz alívio ante a forte estiagem que o Estado de São Paulo vem sofrendo. Responsável pelo abastecimento de cerca de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, o Sistema Cantareira enfrenta a pior seca dos últimos 84 anos. Para amenizar os baixos índices pluviométricos do mês de setembro, o acúmulo de chuva precisa ser significativo e as precipitações precisam acontecer nos lugares certos, nas cabeceiras dos reservatórios. As represas de Jaguari e Jacareí, por exemplo, estão localizadas no sul de Minas e devem receber chuvas neste fim de semana.
De acordo com o Inmet, o atual quadro de chuvas favorece o acúmulo de água nos reservatórios. Mas apenas uma enxurrada não ameniza o problema: 70% da água da chuva que cai sobre os reservatórios evaporam, 20% são absorvidos pela vegetação e pelo solo secos e apenas 10% ficam retidos nos mananciais (veja quadro abaixo).
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