Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Após protestos, governo prega diálogo, mas se nega a admitir erros

Houve ainda uma tentativa de vincular manifestações a grupos que pedem a volta do regime militar, de modo a deslegitimar as reivindicações de centenas de milhares de brasileiros

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 ago 2015, 13h57

No dia seguinte ao terceiro protesto contra a presidente Dilma Rousseff nos últimos cinco meses, o governo demonstrou que segue alheio às vozes das ruas. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira em Brasília, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, e os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, José Pimentel (PT-CE), creditaram a grave situação econômica do país aos efeitos da turbulência internacional e criticaram o “clima de pessimismo” no Brasil – não houve qualquer admissão de erros.

Leia também:

Protesto mostra que Lava Jato nocauteou Dilma, Lula e PT, avaliam ministros

Na manhã desta segunda-feira, Dilma reuniu-se com a equipe da coordenação política no Palácio do Planalto, formada por líderes do governo no Congresso. Na noite de domingo, a petista também teve reunião com seu núcleo duro, formado pelos ministros mais próximos, para discutir os protestos. Mas o governo ainda não conseguiu encontrar o tom da resposta.

Em entrevista coletiva, o ministro Edinho Silva disse reconhecer o cenário de dificuldade econômica – mas não credita a atual situação às manobras fiscais ou à corrupção que já atinge cifras bilionárias no governo petista. “O cenário é de dificuldade não só para os emergentes, mas também para as grandes potências. Mas, se nós compararmos os fundamentos da economia, as instituições financeiras e de regulação econômica que o Brasil tem com outras economias mundiais, nós veremos que as projeções para o país são mais otimistas”, disse o ministro.

Continua após a publicidade

O interlocutor do Planalto disse ainda que, neste momento, o mais importante para o governo é “quebrar esse clima de pessimismo” e que as medidas estão sendo tomadas para que o país “em breve volte a crescer, gerar emprego e renda”. Edinho acrescentou que o governo considera as manifestações importantes e significativas. “Mas o governo se preocupa, neste momento, muito mais com a construção de uma agenda para o país, de diálogo com o Congresso, com a sociedade, o empresariado e os movimentos sociais”, afirmou.

Questionado se o governo faria um pedido de desculpas à nação, Edinho Silva sinalizou que não há qualquer intenção de fazer ao menos um mea culpa. “Eu penso que se trabalhar para a manutenção dos empregos no Brasil, trabalhar pela renda da população, principalmente a mais marginalizada historicamente desse país, se trabalhar pela manutenção de programas sociais é um equívoco, então que se constate o equívoco”, respondeu.

Houve ainda uma tentativa de deslegitimar os atos relacionando-os aos grupos que pedem a intervenção militar, minoria entre os milhares que foram às ruas neste domingo. “Parte dos movimentos assumiu uma conotação ideológica muito forte. Às vezes fica até difícil a presidente conversar com as ruas, porque não tem uma pauta. Os efeitos estão no diálogo e no Congresso. Pé na estrada, humildade e tranquilidade porque a institucionalidade democrática permite até que os Bolsonaros da vida preguem a volta do golpe”, disse o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). “Nós respeitamos as manifestações mesmo discordando da agenda colocada, agenda inclusive como o fim da democracia, mas queremos centrar as ações na superação dos problemas que o Brasil tem vivenciado”, afirmou Edinho Silva.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.