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A encruzilhada para o DEM no segundo turno em Salvador

Partido deposita em ACM Neto suas chances de conquistar um colégio eleitoral de primeira grandeza no domingo. Perder a prefeitura para o petista Nelson Pelegrino seria como uma "derrota em casa"

Por Pâmela Oliveira, de Salvador
28 out 2012, 07h38

Com apenas uma prefeitura conquistada no primeiro turno – Aracaju, com João Alves Filho – o DEM concentra em Salvador grande parte de suas expectativas. Se Antônio Carlos Magalhães Neto conseguir bater o petista Nelson Pelegrino, o partido terá se afastado um pouco mais da ‘zona do rebaixamento’ e firmado novamente sua bandeira em um reduto histórico do antigo PFL e do carlismo. A vitória do PT representaria o que pode ser o maior revés nas eleições de 2012. Neto aparece com ligeira vantagem nas pesquisas de intenção de voto da última semana.

“A vitória de ACM Neto pode representar a sobrevivência do DEM. Significa a possibilidade de o partido não cair de vez de médio para pequeno”, afirma o professor de ciência política Paulo Fábio Dantas Neto, da Universidade Federal da Bahia.

O peso político dos democratas em 2012 foi seriamente comprometido em outras cidades onde o partido já esteve no comando. O Rio de Janeiro, onde a prefeitura foi do DEM por 16 anos, no ciclo Cesar Maia, viu a candidatura de Rodrigo Maia minguar ao longo da campanha, obtendo míseros 2,94% dos votos válidos, depois de uma improdutiva aliança com o PR do ex-governador Anthony Garotinho. Cesar elegeu-se vereador, e tentará manter viva a chama dos democratas para um pouco provável renascimento em 2014. Mesmo assim, a votação do patriarca do DEM fluminense ficou aquém do esperado. Cesar foi o terceiro mais votado, com 44.000 votos, mas não fez o bastante para puxar vereadores pela legenda.

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Em Salvador, além do peso da disputa no quarto maior colégio eleitoral do país – o terceiro entre as capitais, a etapa final da eleição é carregada de simbolismo para as duas candidaturas. Nelson Pelegrino recebeu as visitas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, num empenho para evitar que a capital baiana caia novamente nas mãos da família Magalhães. Para ACM Neto, deixar escapar Salvador seria como, no futebol, perder um clássico jogando em casa.

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“É grande o empenho de Lula para derrotar ACM Neto. A necessidade de bater o adversário é maior que a empatia por Pelegrino”, diz o professor João Paulo Peixoto, do Centro de Estudo Avançados em Governo e Administração Pública da Universidade de Brasília (UNB).

Peixoto vê, a partir do segundo turno na cidade, a definição sobre uma possível fusão ou mesmo a extinção do Democratas. Em visita a Salvador na quinta-feira, para apoiar ACM Neto, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia, tentou minimizar os problemas que a legenda enfrenta no plano nacional.

“A eleição do Neto sempre foi uma prioridade do DEM. É muito importante pela estatura de Salvador, que é o terceiro colégio eleitoral do país (entre as capitais). Em São Paulo ganha o PT ou o PSDB. No Rio, já ganhou o PMDB e aqui em Salvador devemos ganhar. Se Neto ganhar, como eu espero, serão três partidos diferentes nas três maiores cidades do Brasil e que falarão com autoridade na eleição direta nessas capitais. Daí a importância dessa disputa”, disse após caminhada com o candidato.

A conquista da única capital em primeiro turno se deu com margem apertada para João Alves Filho (52,7%) sobre Valadares Filho (PSB). No segundo turno, o DEM também disputa Vila Velha, no Espírito Santo, onde, no primeiro turno, o democrata Rodney Miranda teve 37,62% dos votos válidos sobre Neucimar Fraga (PR), 35,30%.

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