O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto nesta terça-feira, 4, declarando de maneira formal que qualquer negociação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é “impossível”.
O decreto formalizou comentários feitos por Zelensky na última sexta-feira 30, depois que o líder do Kremlin proclamou a anexação de quatro regiões ocupadas pela Rússia dentro da Ucrânia.
“Ele [Putin] não sabe o que é dignidade e honestidade. Portanto, estamos prontos para um diálogo com a Rússia, mas com outro presidente”, disse Zelensky na sexta-feira.
A primeira cláusula do decreto, que foi preparado pelo Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia em 30 de setembro, diz: “[A Ucrânia decidiu] declarar a impossibilidade de realizar negociações com o presidente da Federação Russa Vladimir Putin”.
Também nesta terça-feira, na Rússia, Putin deve assinar as leis sobre a anexação ilegal das regiões da Ucrânia, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A câmara alta do parlamento da Rússia aprovou por unanimidade a anexação – considerada ilegal pela comunidade internacional – das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk, bem como as regiões de Kherson e Zaporizhzhia. A câmara baixa do parlamento russo também votou por unanimidade nas quatro leis – uma para cada região – na segunda-feira 3, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS.
O procedimento, no entanto, é uma mera formalidade, já que Putin e seus aliados controlam os dois ramos da legislatura russa.
Apesar das resoluções, Moscou já não tem mais controle total de nenhuma das quatro províncias que afirma anexar, depois que soldados ucranianos avançaram dezenas de quilômetros na província de Kherson. Os militares russos reconheceram que as forças de Kiev conseguiram romper linhas de frente e “penetrar nas profundezas de nossa defesa” em torno das aldeias de Zoltaya Balka e Alexsandrovka.