Viúva de Arafat apresentará ação judicial por assassinato
Tese de envenenamento foi reaberta após descoberta de laboratório suíço
A viúva de Yasser Arafat, Suha Arafat, apresentará nesta terça-feira uma ação judicial por assassinato contra pessoa desconhecida, depois de ter sido encontrada uma quantidade anormal de polônio nos objetos pessoais do ex-líder palestino. A descoberta, publicada pela rede de televisão Al-Jazeera em julho, reavivou as hipóteses de envenenamento.
A ação civil será apresentada durante o dia, em nome de Suha Arafat e de sua filha mais nova, Zawra, a Philippe Courroye, decano dos juízes do Tribunal de grande instância de Nanterre, perto de Paris. “Esta demanda por assassinato contra pessoa desconhecida – de tal forma que Suha e Zawra Arafat não acusam ninguém: nem estado, nem grupo, nem indivíduo – não prescreveu porque é feita menos de 10 anos depois de ocorridos os fatos e porque tem por objetivo estabelecer a verdade em memória de seu marido e pai”, diz o comunicado do advogado Pierre-Olivier Sur.
“Suha e Zawra Arafat confiam plenamente na justiça francesa e, para permitir que realizem seu trabalho de forma completamente independente, não fornecerão nenhuma entrevista durante o andamento da investigação criminal, exceto se alguém tentar instrumentalizar politicamente esta situação”, afirma a defesa.
Arafat morreu no dia 11 de novembro de 2004 no hospital militar de Percy, perto de Paris. O Institute for Radiation Physics de Lausanne (da Suíça) analisou amostras biológicas extraídas dos objetos pessoais de Arafat e encontrou nelas “uma quantidade anormal de polônio”, segundo o documentário da Al-Jazeera, o que levou várias autoridades palestinas a pedirem uma investigação sobre a morte do ex-líder.
(Com agência France-Presse)