Amanda Berry e Gina DeJesús, duas das três jovens que escaparam do cativeiro após serem mantidas em cárcere privado durante uma década por Ariel Castro, conhecido como o monstro de Cleveland, vão relatar a história de seu sequestro em um livro escrito com a ajuda de uma jornalista, anunciou nesta segunda-feira o advogado das duas.
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Amanda e Gina, que foram sequestradas junto com Michelle Knight, forneceram poucos detalhes até o momento sobre a vida na casa de Castro, condenado à prisão perpétua pelo crime e encontrado morto em sua cela no início de setembro. Elas decidiram, porém, permitir que a jornalista Mary Jordan, ganhadora do Prêmio Pulitzer e funcionária do jornal The Washignton Post, entreviste-as para depois escrever a história.
“Muitos contaram, e continuam contando, esta história de forma imprecisa e fora do controle destas jovens”, escreveu o advogado de ambas, James R. Wooley, em comunicado citado pela emissora NBC News. “Gina, Amanda e suas famílias decidiram e agora estão interessadas em contar a história do que aconteceu”, acrescentou Wooley.
Televisão – Por outro lado, Michelle Knight, a outra jovem sequestrada, preferiu relatar sua experiência na televisão e recentemente foi entrevistada por Phil McGraw, apresentador do famoso programa Dr. Phil, transmitido pela rede CBS e pelo OWN (Oprah Winfrey Network).
A entrevista vai ao ar em novembro e nela Michelle descreve a década que passou em cativeiro e assegura que era “a mais odiada da casa e que sofreu a maior parte dos abusos por parte de Castro”, disse McGraw ao jornal Cleveland Plain Dealer.
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Castro, de 53 anos e de origem porto-riquenha, foi sentenciado em agosto à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional e mais outros mil anos na prisão, mas foi encontrado morto em sua cela pouco tempo depois, na noite de 3 de setembro. A necropsia confirmou suicídio por enforcamento.
Fuga – As três vítimas de Castro, Amanda, de 27 anos, Gina, de 23, e Michelle, de 32, conseguiram escapar do cativeiro em maio e voltaram a viver com suas famílias. Amanda teve uma filha com Castro e Michelle ficou grávida cinco vezes – abortou em todas. Segundo um relatório policial, Castro não só obrigou Michelle a ajudar no parto de Amanda, mas a ameaçou de morte se o bebê, que deixou de respirar por um momento, morresse. Michelle salvou a vida do bebê, hoje uma menina de 6 anos, com a ajuda de respiração boca a boca.
(Com agência EFE)