Jerusalém, 4 fev (EFE).- Um vídeo divulgado por ativistas na Cisjordânia desmente a versão inicial apresentada por um responsável militar israelense sobre a origem dos ferimentos causados na sexta-feira a uma manifestante francesa no povoado palestino de Nabi Salih.
A gravação, uma sequência sem cortes de um minuto e meio, divulgada pelo Comitê de Coordenação da Luta Popular, mostra um grupo de palestinos e ativistas estrangeiros entoando palavras de ordem quando as forças de segurança, fora do plano, lançaram gás lacrimogêneo.
O vídeo mostra que uma das bombas de gás atingiu diretamente a francesa, que sofreu ferimentos leves e foi atendida pelos serviços de emergência a poucos metros do local.
Segundo as próprias normas internas do Exército, é proibido atirar bombas de gás lacrimogêneo diretamente contra pessoas.
O descumprimento da norma deixou mortos e feridos em várias manifestações na Cisjordânia. Em dezembro, o palestino Mustafa Tamimi morreu após ser atingido no rosto por uma bomba atirada a curta distância durante um protesto em Nabi Salih (Cisjordânia).
No caso da ativista francesa (que prefere não se identificar), o porta-voz do Comando Central das Forças Armadas israelenses, Peter Lerner, assinalou em sua conta no Twitter que ‘parece que foi atingida por uma pedra atirada por um palestino que estava atrás dela’.
Pouco depois, Lerner escreveu com ironia: ‘Informações de testemunhas oculares do Exército israelense em Nabi Salih: Ativista francesa ferida por um atirador de pedras palestino não violento’.
Quatro horas mais tarde, o porta-voz anunciou uma investigação interna do incidente por causa da difusão de uma gravação em que ‘a bomba rebate no chão e atinge a ativista’.
Consultado pela Agência Efe sobre o assunto, as Forças Armadas israelenses se limitaram a dizer que o incidente ‘está sob investigação’. EFE