Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Vereadores feministas de Berlim querem criar companheira para “homenzinho do semáforo”

Grupo de sociais-democratas diz que símbolo não “reflete a diversidade” da cidade e pede novo desenho sem “estereótipos femininos”

Por Jean-Philip Struck
17 Maio 2014, 14h58

Um dos símbolos de Berlim, o Ampelmännchen, o homenzinho de chapéu que aparece nos semáforos de pedestres da cidade, pode ganhar uma “companheira”. Vereadores do Partido Social-Democrata (SPD) de um dos distritos da cidade afirmaram que o antigo símbolo criado pelo antigo governo comunista nos anos 60 não reflete a igualdade de gênero e pediram a introdução de uma “Ampelfrau” nos semáforos.

De acordo com o jornal alemão Der Tagesspiegel, a vereadora Martina Matischok-Yesilcimen, de 49 anos, disse que o pedido não tem como objetivo substituir o Ampelmännchen, mas sim “completá-lo”. “As mulheres precisam estar mais presentes nas ruas da capital. Somos uma cidade com diversidade e isso precisa ser visto”, disse. Segundo o pedido, o desenho desejado da “companheira” não deve refletir “estereótipos femininos”, como o uso de “minissaia”, “saia longa” “tranças” ou “salto alto”, e sim apresentar uma mulher “moderna e confiante”. Resta saber o que os desenhistas poderão fazer com essas instruções.

O pedido vai ser discutido pela Assembleia Distrital no dia 22 de maio. Um porta-voz do Departamento de Trânsito da cidade já avisou que não simpatiza com a ideia e que o novo desenho pode causar confusão entre os pedestres. A inciativa de apresentar uma companheira para o Ampelmännchen não é inédita. Algumas cidades do leste como Zwickau e Dresden têm semáforos que mostram “bonequinhas”, mas, para horror das feministas sociais-democratas, elas têm tranças e usam vestidos longos.

Leia também:

Vândalos atacaram sede da seleção alemã para protestar contra Copa do Mundo

Continua após a publicidade

Sem ‘bolachinhas’ das reuniões, Merkel emagrece 10 quilos

Histórico – Esta também não é a primeira vez que o Ampelmännchen berlinense sofre ataques. Nos anos 90, após a queda do comunismo, ele quase foi inteiramente banido dos semáforos de Berlim. À época, as novas autoridades ocidentais anunciaram a intenção de substituir os antigos semáforos comunistas por modelos mais modernos e padronizados com a Europa Ocidental – e com homenzinhos sem chapéu.

Getty

Uma “Ampelfrau” em Zwickau (VEJA)
Continua após a publicidade

Uma “Ampelfrau” em Zwickau

Um grupo de cidadãos organizou um movimento chamado “Salvem o Ampelmännchen” e foi bem-sucedido. O símbolo permaneceu e acabou até mesmo sendo adotado nos semáforos da área ocidental de Berlim. Nos anos seguintes, um empresário fundou uma empresa chamada Ampelmann e passou a estampar o desenho em canecas, camisetas e outros objetos. O negócio prosperou e virou uma rede de lojas. O homenzinho virou ainda um dos símbolos máximos da chamada Ostalgie, a febre retrô por símbolos e produtos do antigo regime comunista.

Criador – Em uma entrevista para a revista Der Spiegel concedida em 2011, quando o símbolo completou 50 anos, o criador do Ampelmännchen, o psicólogo de trânsito Karl Peglau, contou que temeu que as autoridades comunistas não aprovassem o desenho quando ele o apresentou nos anos 60. Ele achava que os chefões da antiga Berlim comunista acabariam considerando o chapéu “muito burguês”. Para sua surpresa, o desenho foi aprovado.

Os chefões ordenaram apenas uma alteração: que o bonequinho – que originalmente apontava para a direita – passasse a andar em direção à esquerda quando o semáforo estivesse aberto. Já os vereadores sociais-democratas que querem a introdução da Ampelfrau em Berlim não indicaram para qual lado ela deve andar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.