Venezuela: protestos deixam dois mortos e mais de 100 detidos
Paola Ramírez Goméz, de 23 anos, é a nona vítima das manifestações contrárias ao governo de Nicolás Maduro
A repressão contra “mãe de todas as marchas”, manifestação convocada pelos opositores ao governo de Nicolás Maduro, registrou a segunda morte na tarde desta quarta-feira, na Venezuela. Paola Ramírez Goméz, de 23 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça durante uma manifestação em San Cristóbal, no estado de Táchira.
Paola é a nona vítima deixada pelos confrontos durante as manifestações das últimas três semanas.
Mais cedo, o adolescente Carlos José Moreno Baron, de 17 anos, também foi morto na região onde acontecia um protesto contra Maduro, em Caracas. Segundo a família, Baron não participava das movimentações.
Os meios de comunicação locais responsabilizam as milícias armadas pelos crimes.
Protestos
Manifestantes contrários e favoráveis ao governo de Nicolás Maduro tomaram as ruas de Caracas e de outras cidades do país desde as primeiras horas desta quarta.
Os confrontos com a Guarda Nacional Venezuelana (GNB) também começaram cedo e foram registrados uso de bombas de gás lacrimogêneo contra os manisfestantes em Caracas e diversas outras cidades onde acontecem os protestos contra Maduro.
A oposição organizou o que chamou de “a mãe de todas as marchas” em resposta à tentativa do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) de assumir os poderes da Assembleia Legislativa a ao anúncio feito por Maduro na terça-feira sobre a ativação de uma operação militar, policial e civil para derrotar um “golpe de Estado”, que atribui à oposição e aos Estados Unidos.
Os manifestantes espalhados por todo o país exigem que o governo apresente um cronograma para as eleições, que suspenda a repressão contra as manifestações e que respeite a autonomia da Assembleia Nacional, liderada pela oposição.
Nas últimas semanas, as ruas de Caracas foram cenário de confrontos com manifestantes encapuzados, que lançaram pedras e coquetéis molotov, em meio a nuvens de gás lacrimogêneo.