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Oposição e chavismo medem forças nas ruas da Venezuela

Manifestantes contrários e favoráveis ao governo de Nicolás Maduro organizam o que promete ser uma das maiores manifestações do país

Por Da redação
Atualizado em 19 abr 2017, 13h43 - Publicado em 19 abr 2017, 13h10

Manifestantes contrários e favoráveis ao governo de Nicolás Maduro já tomam as ruas de Caracas no que promete ser uma das maiores manifestações do país. Os protestos desta quarta marcam a sexta jornada de marchas em menos de três semanas na Venezuela.

A oposição pretende organizar o que estão chamando de “a mãe de todas as marchas” ou “a maior expressão de protesto que este governo já sentiu desde que está no poder”. Os manifestantes espalhados por todo o país exigem que o governo apresente um cronograma para as eleições, que suspenda a repressão contra as manifestações e que respeite a autonomia da Assembleia Nacional, liderada pela oposição.

Os protestos também são uma resposta a tentativa do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) de assumir os poderes da Assembleia Legislativa a ao anúncio feito por Maduro na terça-feira sobre a ativação de uma operação militar, policial e civil para derrotar um “golpe de Estado”, que atribui à oposição e aos Estados Unidos.

Para os opositores, o plano de segurança “busca intimidar” a população. “Esse é um governo em sua fase terminal”, disse à Reuters o duas vezes candidato presidencial Henrique Capriles, na noite de terça-feira. “Isso vai se intensificar e forçar Maduro, e seu regime, a realizar eleições democráticas e livres”.

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Maduro também convocou simpatizantes do governista Partido Socialista a realizar uma manifestação concorrente na capital Caracas, em comemoração ao feriado de 19 de abril, que marca o primeiro ato da independência do país.

Os protestos

Desde as primeiras horas do dia, simpatizantes do governo e da oposição já começaram a se concentrar em diferentes partes de Caracas, que tem várias ruas e acessos fechados e muitos militares nas ruas.

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Os confrontos entre manifestantes contrários ao governo de Maduro e a Guarda Nacional Venezuelana (GNB) também começaram cedo. Vídeos e fotos postados nas redes sociais mostram os oficiais usando bombas de gás contra os protestantes.

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Os opositores pretendem chegar ao coração da cidade, mas Maduro advertiu que os chavistas tomarão as ruas e que os opositores não poderão entrar nesta área da capital. “Se a direita quer marchar, que o faça no leste”, disse.

Policiais e militares bloquearam o percurso em passeatas anteriores e as ruas de Caracas foram cenário de confrontos com manifestantes encapuzados, que lançaram pedras e coquetéis molotov, em meio a nuvens de gás lacrimogêneo. O governo acusa a oposição de “terrorismo”, enquanto os opositores acusam as forças de segurança de repressão e torturas. A onda de protestos já deixou sete mortos, dezenas de feridos e mais de 300 detidos.

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Reação internacional

Preocupados com a repetição da violência de outros protestos, 11 países da América Latina pediram ao governo chavista “garantias” ao direito de protesto pacífico. O governo do presidente americano Donald Trump fez uma dura advertência aos funcionários públicos venezuelanos para que desistam da repressão.

O ministério das Relações Exteriores chamou os avisos de “interferência grosseira”. “Estamos enfrentando uma arremetida internacional (…) Os Estados Unidos deram luz verde e aprovação para um processo golpista de escalada para a intervenção de Venezuela”, reagiu Maduro.

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