A Venezuela minimiza o tamanho de sua missão diplomática nos Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira a porta-voz do Departamento de Estado americano, Marie Harf, rejeitando a afirmação de Caracas de que apenas dezessete funcionários venezuelanos trabalham em Washington. “Os números que o governo venezuelano ofereceu sobre o tamanho de sua missão nos Estados Unidos subestimam drasticamente o número de diplomatas venezuelanos em funções bilaterais nos Estados Unidos”, declarou Harf.
Segundo ela, além de uma embaixada em Washington, a Venezuela tem oito consulados nos Estados Unidos, sem contar suas missões na ONU e na Organização dos Estados Americanos (OEA). A porta-voz não especificou, porém, o número de funcionários venezuelanos nessas representações e organizações. No sábado, o presidente Nicolás Maduro anunciou a redução do corpo diplomático americano na embaixada em Caracas, a instauração de vistos e a proibição de entrada no país de um grupo de líderes políticos e de congressistas americanos.
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“Os americanos têm 100 funcionários. Nós temos dezessete em Washington. Termos de igualdade entre os Estados”, disse Maduro em um inflamado discurso no sábado. Esse número de diplomatas venezuelanos nos Estados Unidos é “drasticamente baixo”, frisou Harf, acrescentando que “têm uma presença diplomática mais importante do que disseram publicamente”.
Na embaixada americana em Caracas, um enorme complexo construído sobre uma colina, trabalham “aproximadamente 100 pessoas” em assuntos comerciais, educativos e agrícolas, assim como nos serviços consulares e expedição de visto, confirmou um funcionário do Departamento de Estado. Caracas deu um prazo de 15 dias a Washington para que apresente um plano de redução em seu quadro diplomático para dezessete funcionários, anunciou a Chancelaria venezuelana ao encarregado de Negócios dos Estados Unidos em Caracas, Lee McClenny.
Harf acrescentou que os Estados Unidos responderão à Venezuela “após uma devida avaliação de seu pedido”. Nos últimos dois anos, no governo Maduro, pelo menos oito diplomatas foram expulsos.
Eleições – O secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), a principal coalizão de oposição ao chavismo, Jesús Torrealba, informou nesta terça que o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, o líder do partido Vontade Popular (VP), Leopoldo López e o ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, os três detidos, serão candidatos nas eleições parlamentares.
O porta-voz da aliança opositora garantiu que se eles forem eleitos em eleições parlamentares, “a decisão do povo soberano será clara no sentido de tirar da prisão esses três dirigentes”. Os três opositores estão detidos na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas. “Se eles foram eleitos, não vejo de que maneira o governo poderia tentar impedi-los de sair”, disse o porta-voz da oposição.
(Da redação)