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União Europeia processa Hungria por nova Constituição

Legislação restringe liberdade do Banco Central e interfere no Judiciário

Por Da Redação
17 jan 2012, 11h32
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  • A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira a abertura de três procedimentos de sanção contra a Hungria pela incompatibilidade das mudanças previstas na nova constituição húngara com as leis da União Europeia. Reunido em Estrasburgo, na França, o colégio de comissários tomou a decisão após realizar uma análise legal sobre a reforma legislativa promovida pelo governo ultranacionalista do primeiro-ministro Viktor Orbán.

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    O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, disse em declarações à imprensa que os procedimentos são dirigidos contra as reformas que ameaçam a independência do Banco Central húngaro e da autoridade responsável pela proteção de dados. A medida da União Europeia também condena a decisão do governo húngaro de antecipar a idade obrigatória de aposentadoria dos juízes de 70 para 62 anos, o que na prática significa expulsar mais de 250 magistrados do Poder Judiciário.

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    Se a Hungria não revir as alterações constituicionais, a Comissão Europeia ameaça denunciar o país ao Tribunal de Justiça da União Europeia por contrariar o direito e os valores dos 27 países-membros do bloco. Segundo Durão Barroso, o governo húngaro terá um mês para modificar a nova lei. “As decisões que adotamos hoje (terça-feira) refletem nossa determinação de garantir o cumprimento íntegro do direito europeu, em letra e espírito, e a existência de um ambiente legal estável em todos os estados-membros”, declarou o dirigente.

    Empréstimo – Uma das prováveis consequências da decisão adotada nesta terça-feira é o impacto sobre o empréstimo de até 20 bilhões de euros que a Hungria espera receber do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia. O bloco de países e o FMI suspenderam em dezembro as conversas preliminares que mantinham com Budapeste pelo temor de que a Constituição comprometesse a independência do Banco Central húngaro.

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    Fontes da União Europeia, porém, declararam que o procedimento para sancionar a Hungria e a negociação do empréstimo “são coisas separadas”. O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, se reunirá em 20 de janeiro, em Bruxelas, com Tamás Fellegi, ministro húngaro sem pasta encarregado da negociação.

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    No entanto, no Parlamento Europeu, tanto os deputados da coalizão dos partidos verdes quanto os liberais frisaram que a União Europeia deve adotar uma sanção contundente contra a Hungria por ter quebrado os direitos fundamentais do bloco com sua nova legislação.

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    Críticas – Em vigor desde 1º de janeiro, a nova Constituição húngara tem sido bastante criticada também pelas alterações propostas na lei eleitoral e na punição a criminosos políticos. A Carta torna “retroativos os crimes cometidos até 1989, na era comunista”, envolvendo dirigentes do atual Partido Socialista (antigo Partido Comunista).

    Além disso, determina mudanças nos repasses que o governo húngaro faz a comunidades religiosas, reduzindo de aproximadamente 300 a apenas 14 as comunidades beneficiadas pelas subvenções públicas. O termo “República da Hungria”, que designava o nome oficial do país, desapareceu e foi substituído apenas por “Hungria”, o que despertou na oposição húngara o temor de que o país deixe de ser uma democracia. A Constituição faz ainda uma referência religiosa explícita, “Deus abençoe os húngaros”, o que os críticos consideram incompatível com um estado laico.

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    (Com agência EFE)

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