Protesto contra Constituição reúne 100 mil em Budapeste
Criticada por limitar Judiciário, nova legislação entrou em vigor no domingo
Ao menos 100.000 pessoas participaram nesta segunda-feira de um protesto em Budapeste, na Hungria, contra a nova Constituição do país, de acordo com os organizadores da manifestação. Os manifestantes alegam que a legislação, que entrou em vigor no último domingo, ameaça a democracia.
O protesto foi convocado com o lema “Haverá uma república outra vez”, uma alusão a um dos artigos na nova Constituição, que substitui o termo “República da Hungria” por “Hungria”. O partido socialista MSZP, o partido verde LMP e o novo partido DK, do ex-premier socialista Ferenc Gyurcsany, participaram do protesto.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o governo do premiê Viktor Orban e exibiram cartazes com as inscrições: “Chega!”, “Ditadura Orban” e “Orbanização”. “Viktor Orban e seus seguidores fizeram a Hungria passar de um lugar promissor ao lugar mais sombrio da Europa”, afirmou no começo da manifestação o deputado socialista Tibor Szanyi, que pediu à população para “se livrar da ditadura de Orban”.
Comemoração – Paralelamente, os membros do governo húngaro e o presidente Pal Schmitt se reuniram para comemorar a entrada em vigor da Constituição em uma cerimônia oficial na Ópera de Budapeste.
Aprovada no Parlamento em abril pela maioria de dois terços do partido Fidesz, de Orban, a nova Constituição húngara despertou críticas da União Europeia e dos Estados Unidos, bem como da Anistia Internacional. Para os críticos do texto, a nova legislação limita os poderes da Corte Constitucional, ameaça o pluralismo da imprensa e põe fim à independência da Justiça.
(Com agência France-Presse)