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União entre gays divide Taiwan, primeiro país asiático a reconhecê-la

Mais de 1 ano após a aprovação da união entre homossexuais no país, a legalização do casamento gay divide a população local

Por EFE 24 nov 2018, 13h57

Taiwan foi o primeiro país asiático a reconhecer a união entre homossexuais. No entanto, o casamento igualitário se tornou um tema complicado e em uma “batata quente” para os políticos do país. Em 2017, o Tribunal Constitucional aprovou a união entre pessoas do mesmo sexo. Agora, o debate se centra no modo de sua aprovação.

Embora exista uma leve maioria a favor da legalização das uniões entre homossexuais, em uma recente pesquisa da Fundação Opinião Pública de Taiwan, 77% dos entrevistados se mostraram favoráveis a que o Código Civil mantivesse a palavra “casamento” só para as uniões permanentes entre um homem e uma mulher.

A senhora Chang mobilizou toda a família para defender o casamento tradicional em relação aos cinco referendos sobre o chamado “casamento igualitário” e a educação obrigatória sobre a homossexualidade nas escolas, convocados junto com a votação local deste sábado em Taiwan.

“Minha mãe nos pediu apoio à convocação de um referendo para que não se chamasse ‘casamento’ as uniões entre pessoas do mesmo sexo e espera nosso voto neste sentido, sem saber que eu seria uma das afetadas”, disse Annie Yang, uma jovem profissional que mantém uma relação amorosa com outra mulher.

Outros como Leslie Hsu e Victor Chen estão fazendo campanha para que não sejam somente aprovadas as uniões entre pessoas do mesmo sexo, mas também que elas sejam chamadas legalmente de “casamento” e possibilitem os mesmos direitos.

“Há mais de dez anos que vivo com meu companheiro e esperamos o minuto em que seja aprovado o casamento igualitário para nos casar imediatamente”, disse à Agência Efe, Chen, de cerca de 40 anos e que trabalha em uma agência de viagens em Taipé.

Pesquisas mostram que há um apoio muito equilibrado às duas opções, e os políticos não querem perder votos. A divisão está muito ligada à idade, ao credo religioso e inclusive às profissões. “A maioria dos opositores ao casamento igualitário são idosos, cristãos e budistas tradicionais”, disse Alex Yang, professor universitário de Sociologia em Taipé.

Grupos tradicionalistas e religiosos se opõem ao casamento igualitário, por medo de que a estabilidade social seja afetada, degrade o casamento tradicional e faça o pouco número de nascimentos cair ainda mais.

“É frustrante que, após a sentença do Tribunal Constitucional em maio de 2017 a favor da aprovação das uniões de pessoas do mesmo sexo, pioneira na Ásia, e de seu envio ao Parlamento para que as aprove no prazo de dois anos, os legisladores não tenham feito nada”, comentou Kelly Wang, uma empresária.

Orientação nas escolas

A manutenção do recém-aprovado ensino da homossexualidade nas escolas também permeia o debate. Os mesmos grupos que se opõem ao casamento igualitário, criticam a medida.

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“Muitos mudam a orientação sexual. Na puberdade, com a grande instabilidade emotiva, não se deveria ensinar homossexualidade, porque influencia e pode transformar as crianças em homossexuais”, disse o diretor-executivo da Aliança Nacional de Presidentes de Associações de Pais (NAPPA), Yang Chun-tzu, proponente de um dos referendos.

No lado oposto, Chen Ming-yen, da Aliança de Taiwan para Fomentar os Direitos de Associação Civil (TAPCPR), afirmou que “a orientação sexual não é uma escolha” e que a educação sobre a homossexualidade “melhora a consciência de igualdade de gênero dos estudantes e os ensina a respeitar as diferentes identidades de gênero”.

“O conhecimento das diferenças é a base para o respeito”, afirmou Chen.

Ao longo desta semana, 30 empresas nacionais e internacionais, associações de jornalistas e a favor dos direitos humanos, e cantores como Amber An, Tai Ay-ling, Lotus Wang e o grupo Chthonic e o de Hong Kong Takki Wong (Wang Ruoqi) apoiaram a opção igualitária.

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