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UE rejeita “ultimato” do Irã sobre o acordo nuclear

Teerã anunciou que deixará de aplicar seus compromissos caso os EUA não reduzam sanções econômicas

Por Da Redação
Atualizado em 9 Maio 2019, 10h30 - Publicado em 9 Maio 2019, 09h38

Fiéis a sua defesa do acordo nuclear com o Irã, as potências europeias signatárias do pacto rejeitaram nesta quinta-feira, 9, o “ultimato” feito por Teerã, que na véspera anunciou que deixará de cumprir parcialmente o acordo, o que aumenta a tensão com o governo dos Estados Unidos.

O Irã anunciou na quarta-feira 8 que deixará de aplicar dois de seus compromissos do acordo internacional assinado em 2015 com Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, uma resposta à decisão unilateral de Washington de abandonar o pacto em 2018 e restabelecer sanções.

Teerã ameaçou ainda renunciar a outros compromissos, caso os demais signatários do acordo não encontrem uma solução no prazo de 60 dias para aliviar os efeitos das sanções americanas contra o Irã, em particular nos setores petroleiro e bancário.

“Rejeitamos qualquer ultimato e avaliaremos o cumprimento por parte do Irã de seus compromissos nucleares”, advertiram Alemanha, França e Reino Unido, assim como a Alta Representante da União Europeia (UE) para Política Externa, Federica Mogherini, em uma declaração conjunta.

Pouco depois, o presidente francês Emmanuel Macron considerou que “sair do acordo nuclear de 2015 é um erro porque acaba com o que trabalhamos. É por isso que a França continua e vai continuar, e desejo profundamente que o Irã também continue”.

“Não podemos cair na febrilidade, cair numa escalada. É preciso trabalhar pela nossa segurança coletiva, e, portanto, para preservar a presença do Irã neste acordo”, acrescentou o presidente.

Em um clima de crescente tensão entre Irã e Estados Unidos, que anunciou na terça-feira 7 o envio de bombardeiros B-52 ao Golfo, os europeus pediram a Teerã que evite uma escalada e lamentaram a adoção por Washington de novas sanções.

Horas depois do anúncio da República Islâmica, o governo americano de Donald Trump voltou a endurecer as sanções. “Autorizar o aço e outros metais iranianos em seus portos não será mais tolerado”, advertiu o republicano às demais nações.

Apelo ao Irã

Os países europeus também expressaram grande preocupação com a decisão de Teerã de não aplicar dois compromissos assumidos no âmbito do acordo internacional sobre seu programa nuclear.

O governo iraniano afirmou que não iria mais vender urânio enriquecido e nem seu excedente de água pesada – exigências firmadas no acordo, que visava limitar o poderio nuclear do país.

Segundo o pacto, o Irã está autorizado a estocar quantidades limitadas de urânio enriquecido e água pesada produzida nesse processo, exportando qualquer excedente. As exportações, contudo, foram muito prejudicadas pelas sanções americanas, que impedem Teerã de comercializar seus estoques, forçando o país a interromper o enriquecimento ou ignorar os limites.

“Seguimos totalmente comprometidos com a preservação e a plena implementação do acordo nuclear, uma conquista essencial na arquitetura global da não proliferação nuclear, que está dentro do interesse da segurança de todos”, afirma o comunicado, que também faz um apelo ao Irã para que se “abstenha de qualquer escalada”.

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“Esperamos que o Irã siga respeitando os formatos e mecanismos estabelecidos pelo acordo nuclear”, afirmam os três países e a UE.

Validado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, o acordo permitiu ao Irã obter uma suspensão parcial das sanções internacionais, em troca de limitar seu programa nuclear.

Mas por considerar que o acordo não oferecia garantias suficientes, Donald Trump retirou seu país do pacto há apenas um ano e restabeleceu sanções contra Teerã, o que afetou duramente sua economia e as relações comerciais com outros países.

Apesar da promessa dos demais signatários de permitir que o Irã se beneficiasse das vantagens econômicas do acordo, o mecanismo criado pela UE para manter o comércio e evitar as sanções dos Estados Unidos não permitiu nenhuma transação.

(Com AFP)

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