UE afirma que eleições na Venezuela foram realizadas em melhores condições
Mesmo com avanços, algumas irregularidades foram relatadas, como “falta de adesão ao Estado de Direito”
As eleições regionais que ocorreram no último domingo, 21, na Venezuela foram “realizadas em melhores condições do que as anteriores”, de acordo com a chefe da Missão de Observação da União Europeia, Isabel Santos.
Ela chamou atenção para algumas irregularidades nas eleições, como “falta de adesão ao Estado de Direito” por parte do partido governante da Venezuela.
“A campanha também foi marcada pela ampliação do uso de recursos do Estado e acesso desigual aos meios de comunicação”, disse Santos.
A eleição foi a primeira supervisionada por observadores da União Europeia em 15 anos.
Mais de mil locais de votação em 23 estados foram visitados por 136 observadores da UE como parte de sua missão no país. A equipe lançará um relatório final em janeiro ou fevereiro.
Os EUA, que também tinham observadores na Venezuela, chamaram as eleições de uma farsa “grosseiramente distorcida”. Reiteraram também o apoio ao líder da oposição, Juan Guaido, considerado por Washington o presidente interino da Venezuela.
“Maduro rouba dos venezuelanos sua chance de moldar seu próprio futuro. Pedimos ao regime de Maduro que cesse sua repressão e permita que os venezuelanos vivam no país pacífico, estável e democrático que merecem e há muito buscam” disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.
Também foi a primeira vez em quatro anos que a oposição apoiada pelos Estados Unidos conseguiu concorrer. Entretanto, o partido do governo ganhou pelo menos 18 dos 23 estados.
Mesmo com a oposição ganhando em menos estados, conquistou o de Zulia, rico em petróleo e região mais populosa do país.
Alguns candidatos foram proibidos de concorrer por motivos administrativos, e os líderes mais conhecidos da oposição foram retirados da votação.
A Venezuela vem enfrentando acusações de práticas antidemocráticas por parte dos Estados Unidos e outros países. Alguns acreditam que a presença dos observadores da União Europeia nas eleições pode garantir o mínimo de legitimidade ao processo.