Ucrânia ataca refinarias russas pelo segundo dia com ‘enxame’ de drones
Operação considerada a maior contra setor energético nos últimos meses causou grande incêndio na Rosneft, importante companhia russa de petróleo
A Ucrânia atingiu pelo segundo dia consecutivo nesta quarta-feira, 13, refinarias de petróleo russas em um lançamento pesado de drones nas regiões de Rostov e Ryazan. O ataque, considerado o maior contra o setor energético nos últimos meses, causou um grande incêndio na Rosneft, importante companhia de petróleo da Rússia.
Segundo a agência de notícias estatal russa RIA, quatro drones ucranianos atacaram uma instalação da Rosfnet em Ryazan, cidade a 180 quilômetros de Moscou, nas primeiras horas desta quarta-feira, causando um incêndio de 175 metros quadrados que deixou alguns feridos. A companhia é responsável por refinar cerca de 12,7 milhões de toneladas de petróleo por ano.
Já em Rostov, no sul do país, nenhuma pessoa ficou ferida, porém a refinaria atacada foi forçada a interromper a produção. Segundo a agência de notícias Reuters, os ataques de drones foram conduzidos pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
Com as refinarias sendo atacadas, uma fonte fundamental de receitas para a Rússia, o preço da gasolina e do diesel do país tende a aumentar. Até o momento, o preço dos barris de petróleo subiu em 2%. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, os ataques são uma tentativa de interferir nas eleições presidenciais que vão ocorrer dia 15 e 17 e vão muito provavelmente resultar em sua reeleição.
Na terça-feira, ataques com drones já haviam causado explosões e incêndios em refinarias nas regiões de Oryol e Nizhny Novgorod.
Gleb Nikitin, governador de Nizhny Novgorod, disse em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram que a zona industrial de Kstovo foi atingida. A RIA relatou um incêndio na refinaria da Lukoil na cidade, que processa 15 milhões de toneladas de petróleo por ano ou 5% da capacidade total da Rússia.
Nizhny Novgorod fica a quase mil quilômetros da fronteira com a Ucrânia, e a 400 quilômetros de Moscou.
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Numa entrevista à televisão francesa BFM, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que a Ucrânia melhorou a sua posição estratégica no campo de batalha, apesar da escassez de armamentos. No entanto, disse que a situação poderia mudar novamente se não houvesse novas remessas de ajuda militar.
“A situação está muito melhor do que nos últimos três meses”, disse Zelensky. “Tivemos algumas dificuldades devido à escassez de projéteis de artilharia, ao bloqueio aéreo, às armas russas de longo alcance e à grande intensidade dos ataques de drones russos. Mas trabalhamos de forma muito eficiente. Recuperámos a nossa situação no leste. O avanço dos soldados russos foi interrompido”, completou.