O abastecimento de energia elétrica na usina nuclear de Chernobyl foi restabelecido neste domingo, 13, informaram a Ukrenergo, operadora estatal de energia da Ucrânia, e Ministério de Energia Atômica do país. Inativa desde o maior acidente nuclear da história em 1986, o local foi tomada por forças russas no início do mês.
Com a restabelecimento, os sistemas de refrigeração voltaram a funcionar normalmente, sem a necessidade de utilização de energia de reserva. Dias atrás, a Ucrânia havia alertado sobre o risco de vazamento de radiação caso uma linha de alta tensão da usina, danificada em combate, não fosse reparada.
“Especialistas ucranianos da NEC concluíram os trabalhos de reparo na linha de 330 kv e retomaram o fornecimento de energia para a central nuclear de Chernobyl e a cidade de Slavutych”, informou a Ukrenengo em um post no Telegram.
O ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, também confirmou o restabelecimento, segundo informações da AFP. “Hoje, graças aos incríveis esforços dos especialistas, nossos engenheiros de energia nuclear e eletricistas conseguiram restabelecer o abastecimento elétrico à central nuclear de Chernobyl, que foi tomada pelos invasores russos”, afirmou, em comunicado.
“Nossos engenheiros energéticos ucranianos, arriscando sua própria saúde e suas vidas, puderam evitar o risco de uma possível catástrofe nuclear que ameaçava toda a Europa”, completou Galushchenko.
A Ucrânia informou à Organização das Nações Unidas (ONU) que funcionários que operam em Chernobyl pararam de realizar reparos pois estão esgotados, uma vez que não foram liberados desde que a Rússia tomou o local.
“O regulador ucraniano informou que os funcionários de Chernobyl não estavam mais realizando reparos e manutenção de equipamentos relacionados à segurança, em parte devido à fadiga física e psicológica após trabalhar sem parar por quase três semanas”, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (IEA) da ONU, em comunicado.
Além de Chernobyl, forças russas também tomaram a planta de Zaporizhia, a maior central atômica da Europa, provocando um incêndio que poderia ter causado uma nova catástrofe nuclear.
Sobre este caso, a Ucrânia informou que o local permanece sob controle russo, com 400 soldados presentes em Zaporizhia, e que o presidente Vladimir Putin planeja tomar “controle total e permanente” da usina. O Kremlin negou.