O Parlamento da Turquia irá manter sua promessa de ratificar a candidatura da Suécia à Otan, a principal aliança militar ocidental, se o governo dos Estados Unidos abrir caminho para a venda de caças F-16 a Ancara, afirmou o presidente turco, Tayyip Erdogan, nesta terça-feira, 26.
“Se eles (EUA) manterem suas promessas, nosso Parlamento também vai manter nossa promessa. O Parlamento turco terá a palavra final sobre a participação da Suécia na Otan”, disse Erdogan, segundo a mídia turca.
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Em julho, Erdogan já havia condicionado a entrada da Suécia na aliança a outros interesses de Ancara, como a entrada da Turquia na União Europeia. A candidatura do país ao bloco europeu está congelada desde 2005.
Questionado sobre os comentários de Erdogan, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que, embora apoie a adesão de Ancara à UE, no que lhe diz respeito, a Suécia já cumpriu as condições exigidas para aderir à Otan. Um porta-voz da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, disse que a ampliação da Otan e da UE são “processos separados” e que “o processo de adesão de cada país candidato é baseado nos méritos de cada país”.
Após a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro do ano passado, Suécia e Finlândia abandonaram políticas de décadas de não alinhamento militar e solicitaram adesão à Otan.
Enquanto Helsinque conseguiu sua aprovação, a solicitação sueca segue estagnada, já que a Turquia reforçou sua negativa à entrada do país na aliança e todos os Estados-membros devem ser favoráveis. O principal entrave está ligado à recusa do país em extraditar dezenas de curdos que Ancara afirma serem militantes foragidos após uma tentativa fracassada de golpe em 2016.
Para piorar, no início deste ano as relações entre Turquia e Suécia sofreram um grande golpe após uma manifestação em frente à embaixada turca em Estocolmo, durante a qual um político anti-imigração incendiou uma cópia do Alcorão. Em respostas, manifestantes turcos queimaram a bandeira sueca na frente da embaixada do país em Ancara.
No final de junho deste ano, as autoridades da Suécia aprovaram um novo protesto envolvendo a queima de um Alcorão do lado de fora de uma mesquita no centro de Estocolmo, uma decisão que deve afetar ainda mais a tentativa de ingressar na Otan durante a cúpula desta semana.