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Trump reembolsou advogado por pagamento à atriz pornô

O presidente havia negado conhecer a origem do dinheiro repassado a Stormy Daniels, mas, em entrevista, seu advogado Rudolph Giuliani desmentiu a versão

Por Da redação
3 Maio 2018, 10h02

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reembolsou seu advogado pelo pagamento de 130.000 dólares feito à atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida profissionalmente como Stormy Daniels, dias antes das eleições de 2016, afirmou nesta quarta-feira (2) Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York e recém-integrado à equipe de defesa do presidente. Anteriormente, Trump havia dito que não sabia qual era a origem do dinheiro que foi repassado à atriz.

Em entrevista à rede Fox News, Giuliani, que se juntou à equipe de defesa de Trump na investigação sobre a Rússia no mês passado, disse que o dinheiro usado para pagar Michael Cohen (também advogado de Trump e quem negociou o silêncio da atriz) foi “canalizado pelo escritório de advocacia, e o presidente fez o reembolso”.

Questionado se Trump sabia do acordo, Giuliani disse: “Ele não sabia sobre as especificidades do acordo, até onde eu sei. Mas ele sabia sobre o arranjo geral, que Michael resolveria as coisas dessa forma, como eu também resolvo questões assim para meus clientes. Eu não os sobrecarrego com todos os detalhes que aparecem. Eles [os clientes] são pessoas ocupadas”, afirmou.

A declaração de Giuliani contradiz o pronunciamento feito por Trump há algumas semanas, em que ele disse não saber do pagamento feito a Daniels, como parte de um acordo para que ela não tornasse público um caso que teria tido com Trump. Na ocasião, o presidente também afirmou não saber da origem do dinheiro e negou qualquer relação com Daniels.

Ainda nesta quarta-feira, em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, Giuliani insinuou que, apesar de o presidente ter reembolsado Cohen, o advogado teria feito o pagamento à atriz sem o conhecimento de Trump.

Procurado novamente pelos jornalistas após a transmissão da Fox, Giuliani reforçou que Trump reembolsou o advogado, mas que isso não seria ilegal. “Não há violação de financiamento de campanha, não há crime de nenhuma forma”. Questionado sobre o conflito de sua declaração com a explicação dada anteriormente por Trump, ele disse que isso também não era um problema.

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A legislação de financiamento de campanhas nos Estados Unidos restringe a uma doação máxima de 5,4 mil dólares por indivíduo para a campanha de um candidato a cada ciclo eleitoral. No caso de autofinanciamento, não há limite. A Lei de Campanha Eleitoral Federal define contribuição como “qualquer coisa de valor” com a intenção de influenciar a eleição.

A rigor, os fatos apresentados por Giuliani não necessariamente absolveriam o presidente de possíveis violações. Nenhuma lei limita os gastos dos candidatos em suas campanhas, mas se Trump pagou Clifford para proteger sua candidatura, ele poderia ser obrigado a divulgar isso como uma despesa de campanha, segundo especialistas consultados.

Além disso, se Cohen forneceu esse recurso de forma antecipada, o movimento poderia ser considerado uma contribuição, que excederia o limite legal e teria também de ter sido divulgado.

Procurado, Cohen não respondeu a um pedido de entrevista. O advogado é investigado por fraude bancária e possíveis violações de financiamento de campanha. Ele nega ter cometido irregularidades. No mês passado, agentes do FBI vasculharam o escritório de Cohen e apreenderam diversos materiais relacionados ao caso da atriz.

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A Casa Branca também foi procurada, mas disse que não se pronunciaria e que as perguntas deveriam ser encaminhadas aos advogados do presidente, que não fizeram novos comentários.

Stormy Daniels busca que a justiça anule o acordo de confidencialidade firmado com Cohen para manter em sigilo sua relação com o magnata republicano. Ela assegura ter tido uma relação com Trump em 2006 e 2007, quando ele já estava casado com Melania e o filho dos dois era um bebê.

No fim de março, a atriz revelou detalhes de sua suposta relação com o atual presidente em uma entrevista à CNN, e afirmou que, em 2011, quando tentava vender sua história à revista Touch, foi ameaçada por um desconhecido em um estacionamento em Las Vegas. Daniels apresentou uma ação contra Trump na segunda-feira por difamação, depois que ele negou que ela teria sido ameaçada por um homem que o representava em 2011.

(Com Estadão Conteúdo e AFP)

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