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Trump proíbe embaixador americano de depor em processo de impeachment

Câmara dos Deputados quer ouvir Gordon Sondland sobre conversas no celular que comprovam o abuso praticado pelo presidente americano

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h37 - Publicado em 8 out 2019, 16h30
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  • A Casa Branca ordenou a um dos principais diplomatas americanos envolvidos no escândalo da Ucrânia não testemunhar no processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, movido pela Câmara dos Deputados. A iniciativa do governo, tomada nesta terça-feira, 8, já é considerada como obstrução de Justiça por congressistas democratas. O testemunho do embaixador americano para a União Europeia, Gordon Sondland, seria colhido a portas fechadas em sessão conjunta dos comitês de Inteligência, Relações Exteriores e de Supervisão da Câmara dos Deputados.

    Os congressistas apuram a suposta pressão do presidente americano a seu colega da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que investigasse os negócios no país de Joe Biden, principal pré-candidato democrata para as eleições de 2020, e de seu filho Hunter. Trump teria usado como barganha o repasse de 391 milhões de dólares em ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia. Se confirmada, a pressão configurará abuso de Trump na condução da política externa americana para seus próprios fins eleitorais.

    “No início desta manhã, o Departamento de Estado americano ordenou que o embaixador Gordon Sondland não comparecesse para seu depoimento agendado no Comitê Conjunto da Câmara dos Deputados”, disse o advogado do embaixador, Robert Luskin. Sondland se voluntariou a depor, sem a necessidade de intimação da Câmara. Por meio de um comunicado, pediu que a proibição levantada pelo Departamento de Estado seja imediatamente resolvida. Luskin, destacou que seu cliente “está pronto para testemunhar, desde que seja permitido”.

    O embaixador é considerado como testemunha-chave devido a suas mensagens trocadas via aplicativos com outros diplomatas. Com base nesses textos, funcionários dos governos americano e ucraniano entenderam que, se a Ucrânia quisesse ajuda militar ou uma visita de Estado de Trump para Zelenski, deveriam abrir as investigações contra os Bidens e a interferência russa.

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    Trump defendeu a proibição pelo Twitter. O presidente disse que “adoraria enviar o embaixador Sondland para testemunhar, mas infelizmente ele estaria diante de uma ‘corte canguru’, onde os direitos dos republicanos foram retirados à força”. Mike Pompeo, secretário de Estado americano, já tinha adiantado que nenhum funcionário do Departamento de Estado iria depor no comitê. O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, condenou o bloqueio da Casa Branca ao testemunho de Sondland classificando a ação como uma “forte evidência de obstrução” de Justiça.

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    O impeachment de Trump ganhou força no último mês devido ao envio de um relatório ao Comitê de Inteligência por um agente da CIA, que expressou sua preocupação sobre uma conversa telefônica do presidente a Zelensky. Após a revelação do documento, a Casa Branca publicou uma transcrição não literal do telefonema, que ocorreu em julho deste ano. Com o inquérito avançando, é certo que Trump acumulará derrotas na Câmara de Deputados, dominada pelos democratas. Mas ainda pode se salvar no Senado, de maioria republicana.

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