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Casa Branca tentou ocultar conversas de Trump com Ucrânia, aponta denúncia

Divulgação de queixa vem após anúncio do início do processo de impeachment contra o presidente americano por abuso de poder

Por Da Redação
Atualizado em 26 set 2019, 12h40 - Publicado em 26 set 2019, 11h41

O Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos publicou nesta quinta-feira, 26, a íntegra da denúncia do agente que acusou o presidente americano, Donald Trump, de pressionar o governo ucraniano a reabrir uma investigação em seu país contra o pré-candidato democrata à Presidência Joe Biden.

Na denúncia, o funcionário da inteligência americana confirma as acusações contra o líder americano e afirma que a Casa Branca agiu para esconder o conteúdo da comprometedora conversa entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski.

Em junho, durante uma ligação telefônica, Trump pediu a Zelenski que investigasse negócios de Biden – que também é ex-vice-presidente dos Estados Unidos – e de seu filho Hunter no seu país. Nesta quarta-feira 25, a Casa Branca liberou a transcrição da conversa.

“Estou profundamente preocupado que as ações descritas abaixo constituam ‘um sério ou escandaloso problema, abuso ou violação da lei ou da ordem executiva’ que ‘não inclui diferenças de opinião no que diz respeito a assuntos de políticas públicas’, consistente com a definição de ‘preocupação urgente'”, diz o delator, que denunciou as ações do presidente em anonimato.

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O documento diz ainda que “funcionários de alto escalão da Casa Branca tentaram intervir para manter bloqueados todos os registros da ligação, especialmente a transcrição oficial que foi produzida pela Casa Branca”.

“Os funcionários da Casa Branca me disseram que foram ‘orientados’ pelos advogados da Casa Branca a eliminar a transcrição eletrônica do sistema de computador, já que essas transcrições são normalmente armazenadas para coordenação, conclusão e distribuição feitas por funcionários que trabalham diretamente com gabinete” presidencial, relatou o agente.

Na terça-feira 24, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou a abertura de um processo de impeachment pelo Congresso contra Trump por abuso de poder.

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Trump classificou todas as acusações como “uma caça às bruxas”, apesar de atestar a veracidade do telefonema ao autorizar a transcrição parcial da conversa.

Da compilação ao vazamento

A denúncia foi compilada em nove páginas por um funcionário anônimo que atua na inteligência americana no dia 12 de agosto e tinha um prazo de até 21 dias para ser enviada ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados e do Senado.

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Entretanto, a delação não foi enviada no prazo determinado. Diante do atraso, Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, intimou Joseph Maguire, diretor de Inteligência Nacional (DNI), para depor no Congresso. 

Schiff afirma que Maguire, responsável por não enviar a denúncia no prazo determinado, não tinha autoridade para segurar sua publicação. O diretor de DNI é aliado de Donald Trump. 

A denúncia só se tornou conhecida no dia 18 de setembro, mais de um mês após a compilação da acusação, quando jornal The Washington Post publicou uma reportagem sobre o documento citando a conversa de Trump com Zelenski.

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Os democratas denunciaram uma tentativa da Casa Branca de abafar o caso. “O presidente traiu nosso país e tentou esconder o caso”, disse o deputado Mike Quigley.

Questionado nesta quinta-feira no Congresso, Maguire disse que não conhecia a identidade do denunciante.

A denúncia de corrupção

Em 2014, Joe Biden teria pressionado o então líder da Ucrânia Petro Porosheko a demitir o procurador-geral, Viktor Shokin, que supostamente estava encarregado da investigação. Caso contrário, cortaria as garantias de crédito dos Estados Unidos para a Ucrânia, que enfrentava na época uma insurgência separatista no leste de seu território apoiada pela Rússia. Diante das suspeitas, Trump pediu a Zelensky que trabalhasse ao lado do secretário de Justiça americano, William Barr, para investigar as ações de Biden no país.

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O jornal Kyiv Post, porém, informou que Hunter e Joe Biden não foram investigados na Ucrânia e que os processos criminais abertos na Justiça local envolviam a Burisma e seu dono, Mykola Zlochevsky. Também publicou que Shokin não participara desses casos e que sua demissão era solicitada por diferentes setores da sociedade por sua obstrução e omissão em investigações de corrupção.

Na conversa telefônica liberada nesta quarta-feira, Trump afirma que pediria ao seu advogado pessoal e ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani e ao secretário de Justiça William Barr que entrassem em contato com as autoridades ucranianas para discutir a questão.

“Nós vamos até o fundo da questão”, disse o presidente americano. “Eu ouvi que o procurador (ucraniano) foi tratado muito mal e que ele era um procurador muito justo”, diz.

Zelensky responde de forma positiva aos pedidos de Trump. “A questão da investigação é, na verdade, uma questão de se certificar de que a honestidade seja restaurada”, disse. “Então, nós vamos cuidar disso e vamos trabalhar na investigação do caso”.

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