Donald Trump pode ser acusado e preso em Nova York ainda nesta semana por, supostamente, ter feito pagamentos clandestinos a uma estrela pornô durante sua campanha presidencial de 2016. As transações, que ele então encobriu, seriam destinadas a comprar o silêncio da atriz, para que não revelasse um suposto caso extraconjugal.
Em uma postagem em suas redes sociais no sábado 18, Trump disse que esperava ser preso nesta terça-feira, 21, e pediu para seus apoiadores protestarem contra essa suposta detenção. Um porta-voz do ex-presidente dos Estados Unidos, no entanto, disse que ele não foi notificado de nenhum mandado pendente.
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O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, apresentou provas a um grande júri de Nova York sobre um pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 682 mil na cotação atual) à então atriz pornô Stormy Daniels, feito nos últimos dias da campanha presidencial de 2016, em troca de seu silêncio sobre um suposto caso.
O pagamento em si não seria ilegal, mas, na prática, o dinheiro foi justificado como honorário advocatício para um dos advogados de Trump, Michael Cohen – é essa tentativa de esconder a natureza do pagamento que pode ser considerada criminosa; os promotores afirmam que foi uma falsificação de registro comercial.
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Além disso, o pagamento indireto também seria uma tentativa de esconder uma relação dos eleitores, afirmam os promotores.
Trump negou o caso e seu advogado acusou Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, de extorsão.
Se fosse acusado, Trump se tornaria o primeiro ex-presidente americano a enfrentar um processo criminal. Seus planos para concorrer ao cargo novamente em 2024 dificultam ainda mais o cálculo jurídico do imbróglio.
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Casos criminais em Nova York geralmente levam mais de um ano para ir da acusação ao julgamento, e o caso de Trump está longe de ser típico. Isso levanta a possibilidade de Trump ter que ser julgado no meio da campanha presidencial de 2024, ou mesmo após o dia da eleição.
Caso ele vença, não há precedentes para julgar um presidente eleito por acusações estaduais. Mas sabe-se que, se eleito, Trump não teria o poder de se absolver de cargos estatais.
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Além do caso envolvendo a ex-atriz pornô, Trump é investigado por interferência eleitoral no estado da Geórgia e sofre dois inquéritos, em nível federal, sobre seu papel no ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por trumpistas, em 6 de janeiro de 2021, que tentaram anular sua derrota eleitoral de 2020. Por fim, também corre uma investigação sobre os documentos ultrassecretos que ele levou da Casa Branca para sua residência oficial após deixar o cargo.